sexta-feira, 30 de março de 2012

O que nos ensinam as dores de Maria?

Doleo super te: Sobre ti eu choro como aquela mãe que tanto ama seu filho único” Zac. 12
Uma notícia publicada em vídeo no Youtube! “Parece mais roteiro de filme, mas é mais  um triste capítulo na história de vida e morte de Dona Ruth da Silva Torres farias, que tenta a 5 meses enterrar seu filho que morreu de forma misteriosa em Portugal, depois de conseguir que o corpo fosse transportado de volta para o Espírito Santo, mas se depara com problemas de identificação, ela aguarda seus familiares na manhã desta terça-feira em frente ao departamento de medicina legal, quando vem a notícia do acidente de carro, uma filha e sua nora estão mortas.”
Dona Ruth preocupada com a demora da chegada dos familiares liga:
-Alô, cheguei sete e vinte aqui no IML, a Daniela me ligou dizendo que tava no terminal de Parafina esperando o Jonathan.
Nove e vinte seu telefone toca:
-Alô... é Ruth...
Após alguns instantes de silêncio ela se desespera...
- Meu Deus! Mais um não! O que eu vou fazer da minha vida? O que gente? O que eu vou fazer? Já tenho um aqui dentro! (gritos) Não! Não! Eu vou enlouquecer! Por quê você faz isto comigo? Eu não mereço Jesus! (gritos) Por quê ele deu e agora quer me tirar tudo!?
Esta fala é extraída de um vídeo no Youtube de uma reportagem da Record com o título ‘Tragédia em família’.
Dentro do contexto da dor e da perda, nós seminaristas somos questionados em como consolar os aflitos, parte integrante de nosso futuro ministério, e as dores de Maria são guias seguros de inspiração.
Penso que devemos começar com a pergunta o que é o amor de Deus? Quando não damos uma segunda chance a alguém que nos ofendeu, quando não estendemos a ao aos outros, obstruímos o amor de Deus em nós.
As vezes a vida não nos dá muito tempo para aproveitar a convivência com o próximo, muitas pessoas que nos amam e querem o nosso bem, esperam a nossa volta, esperam pelo nosso sorriso, volta de pai, mãe, irmão, parentes, amigos, quando voltamos podemos olhar nos olhos e trazer ao outro a alegria de nossa presença.
Com Maria aprendemos uma lição muito bonita, que na vida não temos muito tempo, que as vezes temos a pretensão de o outro vai ser eterno aqui na terra! E a gente se esquece que o outro pode partir a qualquer momento, então a gente economiza palavras e perdemos tempo de estarmos com os que nos amam, e eles não voltam, não podem ser restituídos! E não podemos mais dizer que amamos aos que já se foram, não podemos dizer eu te amo, e o quanto a sua presença, seu olhar me faz bem! Para aqueles que findaram o caminho, não podemos ser solícitos mais, nem prestar favores, os mais simples, nem olhar nos olhos, morreu e não posso mais voltar no tempo.
Eu não posso pedir a Deus emprestado o tempo que gastei com inutilidades, todo pecado é de fato inutilidade... sendo que poderia ter gasto com o que verdadeiramente vale a pena gastar o tempo... devemos ter atenção a isto, antes que eles vão embora e eu descubra que perdi tempo e que podia ter amado mais!
A dor de Maria revela que não sabemos se temos um amanhã e por isso eu tenho que fazer o melhor com o meu agora, espalhar o perfume do amor de Deus para tornar a existência mais suportável.
Só o amor salvará o mundo, ele é a única esperança para não nos tornarmos animais cruéis sem a mínima sensibilidade com o outro que as vez machucamos sem nem perceber! Os gregos com a palavra "Deinós" , que quer dizer o terrível, assombroso, se referem aqueles que são capazes de tudo fazer, para atingir seus objetivos, sobem na vida pisando no irmão como um degrau para a sua subida, para estes não há barreiras éticas e morais que não podem ser quebradas.
Não há data para morrer, há apenas o amor que é deixado de viver, morrer é não amar, morrer é deixar de fazer o bem, morrer é não ser solícito ao outro que Deus colocou como companheiro de caminhada rumo ao céu.
Jesus é a vida, supera a morte porque ama, ama suspenso no madeiro, Maria sabia que seu filho morto era de fato vida e não morte! Ele é vida para um mundo, uma sociedade que toca um "requiem" de corrupção, violência e mentira e Jesus nos ensina o aleluia da páscoa, da vida eterna. Só aqui há a fonte de consolo para o destino dos filhos de Adão, que são de fato pó, e de fato voltarão para ele. Quando a minha morte chegar eu já não estarei aqui para vê-la!
Seminarista Wiler Geraldo da Silva

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