terça-feira, 27 de março de 2012

4ª Dor: O encontro no caminho do calvário


“Diante de Deus e diante dos homens, a dor eleva sempre a alma que sabe suportá-la sem fraqueza.”

A dor a ninguém falta, e sofrida por amor de Deus, provoca louvores até do céu. Sem dúvida alguma o sofrimento da Mãe de Deus ao ver seu Jesus rumo ao calvário com a pesada cruz às costas nos permite dar a este sofrimento um caráter de inefável ternura e caridade da Virgem que cumprindo silenciosamente o projeto de Deus, entrega á morte seu Filho muito amado. A Senhora das Dores sabia aceitar o sofrimento com resignação e não se revoltava com o seu Senhor.
Estimados irmãos, peço que me ajudem com suas imaginações revivendo aqueles instantes de dor na vida da Santíssima Virgem, cada hora, que passava, lhe revolvia no coração a terrível espada de dor.
Os apóstolos traziam-lhe, notícias do que ia se passando quando Jesus foi preso. Disfarçados por entre a multidão, observavam tudo, e procuravam naturalmente consolar a aflita Mãe, dizendo: os inimigos de Jesus não conseguirão tirar-lhe a vida.
Aprofundemos mais naqueles momentos de angústia da aflita Senhora. Vinha um, contava a traição de Judas, as palavras que Jesus lhe dirigiu, a prisão com todas as suas circunstancias. Chegava outro relatando o que vira nos tribunais, insultos, blasfêmias, escarros e bofetadas.  Aparecia um terceiro dando informações minuciosas das ocorrências do pretório de pilatos, que relutava em condenar um inocente. Todas essas notícias enchiam a alma da desconsolada Mãe. Consternação e horror! Eram outros tantos punhais que lhe cravavam no coração.
Chega a notícia que Pilatos fraquejara diante do povo, que em massa exigia a morte de cruz daquele que se dizia Rei dos Judeus, e este já estava á caminho para o calvário levando a sua cruz.
Ao ouvir isto, podemos imaginar que Maria foi logo saindo como que dizendo vou ver meu filho agonizante. Provavelmente lançava ela um olhar de cruel angústia como que perguntando se é possível tamanho sofrimento, se é possível que matem seu filho inocente.
Imagine meus amigos, as dores daquela pobre Mãe! Cada passo que do caminho que percorre é uma fonte de lágrimas, uma tortura sem igual. Queria aproximar-se de seu filho, mas não lhe é possível. Imensa é a dor de Maria ao ver seu inocente filho passando com a cruz, em que seria pregado.
Entretanto não cai morta, conservava a vida, porque sofreria ainda muito mais.
Maria não fala, seus sentimentos são tantos que não cabem na palavra. Mas nós podemos imaginar que seu coração esmagado pelo peso da dor pulsava uma imensa tristeza: É meu filho que passa tão desfigurado! Sim, é o meu filho e o meu Deus!
Ao passar em frente a sua Santa Mãe, Jesus lança-lhe um terno olhar. Maria estende para ele os braços como que querendo abraçá-lo, entretanto um dos soldados a impede.
Estimados amigos! E Maria o que fez? Como procede, sendo vítima de tanta brutalidade? A mãe amargurada permanece silenciosa, mas convicta que seu filho caminha para o calvário, pois Deus assim o quer.
E nós! Será que ficaremos indiferentes ao que Maria nos ensina? Ficaremos de olhos enxutos e coração calado? Queremos viver alegres no meio do povo ingrato, divertindo-nos com o sofrimento de Jesus, que são os nossos pecados? Isso não cabe a nós, sendo cristãos, filhos de Maria. Tomemos cada um a sua cruz, isto é as dores, as tribulações, os trabalhos, os estudos complexos e intensos, as angústias. Soframos com resignação cristã toda e qualquer adversidade que vier. Assim poderemos dizer: estou seguindo a Jesus e Maria no caminho do calvário, e esperamos segui-los no caminho do céu.

                                                    Seminarista Plínio A. S. Almeida

Nenhum comentário:

Postar um comentário