sexta-feira, 29 de julho de 2011

Refletindo Sobre o Chamado



É sempre muito gratificante e ao mesmo tempo incômodo pararmos para pensar nossa caminhada vocacional. Sabemos que ela é feita de altos e baixos, mas que movidos pelo Espírito Santo sempre encontramos as respostas, a força, a energia que nos motiva. E voltamos a nós mesmos como se estivéssemos escutando o chamado pela primeira Vez.

É bom estar na Igreja e servir a Jesus Cristo, e no intuito de refletir sobre essa entrega me deparei com o seguinte texto de Dom Henrique, em seu Blog, que desde já recomendo: http://costa_hs.blog.uol.com.br/

O texto que me tocou é extenso mais de uma profundidade tremenda :

Diante de ti derramo meu coração...

“Senhor meu Deus!

Tu és grande, tu sabedoria é infinita!

Tua Palavra santa diz que não deves satisfação de tuas ações a ninguém:

“Pois não há, além de ti, outro Deus que cuide de todas as coisas, e a quem devas mostrar que teu julgamento não foi injusto. Porque és justo, tudo dispões com justiça; e consideras incompatível com o teu poder condenar a quem não mereça castigo” (Sb 12,13.15).

E, no entanto, Senhor, como nos são difíceis teus caminhos,

Como nos são incompreensíveis os modos que tens de dirigir nossa vida - minha vida -, e a vida do mundo! “Para mim, tua sabedoria é grandiosa, alta demais, eu não a entendo. Para onde irei, longe do teu Espírito? Para onde fugirei da tua presença?” (Sl 139,7)

Sei que és amor, olho o teu céu estrelado e ele me diz ao coração que és Beleza;
Sinto a brisa que toca minha face, e ela sussurra aos meus ouvidos que és Ternura;
Contemplo a majestosa altura das montanhas e meu coração intui a tua doce e serena majestade;

Ouço o rumor das ondas buliçosas do mar, e sinto algo da potência do teu Espírito sempre presente!

E, então, o mundo todo, a vida toda, a criação toda, tornam-se uma canção ao teu amor criador e cheio de ternura, à tua providência sempre presente e cheia de cuidado por todos os seres!

Tudo canta tua sabedoria imensa!

Senhor, por que tua criação não é somente assim, não é somente isso: beleza, providência, sentido luminoso, canto de louvor?

Por que olho, e vejo também a dor, a solidão, a catástrofe, a injustiça, a frustração, a inexprimível amargura de quem procura sentido e não o encontra, caça uma explicação e não a vê?

Como pode ser um Deus tão bom, tão grande, tão providente, tão amor e, ao mesmo tempo, a presença de tantos escuros, tantos ais, tantas realidades que nos parecem absurdas e sombrias? “Acaso não és o Senhor desde o princípio, o meu Deus, o meu Santo, que não morre? Teus olhos são tão puros que não podem ver o mal; tu nem consegues olhar para a injustiça. Por que, então, ficas olhando os velhacos e te calas quando um patife engole alguém mais correto do que ele? Por que nos tratas como peixes do mar ou bichos que não têm quem os governe?” (Hab 1,12a.13-14).
Senhor, plantador do bom trigo no mundo e no coração humano, por que o joio? Por que tanto joio de dor, de sofrimento, de maldade, de solidão, de tristeza, de fracasso e de absurdo?

Pergunto, e não encontro as respostas, além da única que tu me dás: o teu Santo, o teu Predileto, o Filho amado, o teu Único, tão Bom, tão Justo, Aquele em quem colocas todo o teu Bem-querer: vejo-o silencioso, cabisbaixo, na cruz... Contemplo-o de braços abertos para me acolher, de coração trespassado e aberto para me abrigar e matar minha sede...

Tu és o Santo! Tu é o Separado, o Outro, Aquele a quem o homem não pode compreender, abarcar, controlar, enquadrar na sua pobre e pequena lógica! Teu Nome é impronunciável, tua Face não pode ser vista por nós, a não ser na Face sofrida do Filho amado que, sem explicação e sem pedir minha permissão, toma silenciosamente sobre si a dor minha e do mundo inteiro: daquela criança órfã, daquele menino prostrado no leito, daquela jovem mãe agonizante, daquele pobre machucado pela vida e pisado pelos homens, daquele velhinho alquebrado pelos tantos anos e abandonado pelos filhos, daquele jovem envelhecido pela falta de sentido e pelo vício, daquela esposa deixada só com os filhos pelo marido egoísta e irresponsável...

Olho tua cruz, a cruz do teu Filho amado e, então, sem compreender, compreendo; sem ver, enxergo...

A ainda assim, quantas vezes penso, sobretudo na situação da dor e da escuridão da alma, com o coração apertado: Será mesmo que há um Sentido? Será mesmo que existe um Amor eterno, um Sentido que a tudo reveste de sentido?

E minha mente não alcança, meu coração já não sente...

E se eu não mais acreditar? E se eu viver como se Ele, Deus, não existisse? E se eu, ainda que ele exista, viver por minha conta, do meu modo, deixando pra lá, no canto, esse Deus que é rebelde demais, livre demais, imprevisível demais, exigente demais para a minha lógica e o meu gosto?

Aí, então, tu me atormentas com o vazio, tu me fazes sentir que sem ti não há beleza nem alegria nem sentido nem razão alguma para viver! Tu me fazes sentir na carne e na alma – e como dói! – que de nada vale o rosário de anos, de dias, de sonhos, de projetos, de amores, se tudo acaba no nada da morte, se tudo é somente viver e morrer, se a existência humana é um caminhar somente diante de si própria, sem um céu infinito e estrelado de amor benevolente acima de nós: um céu para o qual olhar, pelo qual suspirar, no qual esperar, com o qual sonhar!

Senhor, não se pode fugir de ti! Não posso! Sem ti eu não sou! Se não existes, eu sou nada e o mundo inteiro não passa de um teatro sem graça pronto para uma tragicomédia! Se minha vida não corre pra ti e não é vida diante de ti, não é vida de modo algum: é morte o que eu vivo sem ti, Vida minha!

Senhor Deus do pensamento impenetrável, de luz tão intensa que me cega, de altura tão infinita que me provoca vertigem, de desígnio grande demais para mim, de lógica que ultrapassa a minha lógica e a inunda como a onda bravia destrói o castelozinho que o menino peralta construiu na praia do mar... Senhor, somente em ti – Deus tão difícil! – repousa o meu coração, pois somente a certeza da tua Presença, de que vivo sob o teu olhar infinito e misterioso, pode fazer que meus dias valham a pena! Viver só quero, viver somente posso, caminhar somente consigo com esta certeza que levo no peito: minha dor e minha exultação, minha tristeza e minha alegria, minha vitória e meu fracasso, meu pecado e minha virtude, meu deitar e meu levantar, minha vida e minha morte, tudo isto, aos teus olhos tem sentido e será a pobre matéria com a qual, no momento bendito e sagrado da minha partida deste mundo de peregrinos, tu plasmarás a minha existência plena e feliz contigo, por toda a eternidade! Eu sei - como o sabia o teu Salmista: "Contaste os passos da minha caminhada errante, minhas lágrimas recolhes no teu odre e escreveste tudo isto no teu livro!" (Sl 56,9).

Bendito sejas, Deus grande, Deus santo, Deus eterno!

Bendito sejas, pelo teu Filho, no Santo Espírito, de eternidade em eternidade. Amém!”

E assim lanço a seguinte pergunta: O que mais não é nossa vocação que um derramamento de nosso coração à Deus?? Todo o texto, desde seu titulo nos diz muito sobre o que somos e queremos ser.

Seminarista Douglas Willian Ferreira

domingo, 24 de julho de 2011

São Tiago Maior: um testemunho de vida no Evangelho



Neste mês a Igreja celebra, precisamente neste dia 25 de julho, a festa de São Tiago Maior. Em nossa Igreja particular de São João del-Rei têm-se grande importância devido ao fato de ser o padroeiro secundário da diocese e também o padroeiro do nosso Seminário Diocesano que carrega o seu nome.

São Tiago não foi apenas um apóstolo como os demais. Ele participava do grupo íntimo dos três apóstolos que Jesus trazia mais próximo a si juntamente com Pedro e João. Tal aproximação fez de São Tiago um expectador próximo dos principais milagres e fatos que aconteceram com Jesus, como por exemplo, sua Transfiguração no Monte Tabor (Mt 17, 2).

Em um episódio curioso (Mt 20 20-23), a mãe de Tiago e João se aproxima de Jesus e pede ao Senhor que conceda lugares privilegiados aos seus filhos no Reino dos Céus: um à esquerda e outro à direita de Jesus. Em sequência Jesus responde que não é dado a Ele o poder de delegar os lugares no Reino, mas somente ao Pai é cabível tal função. E voltando-se para eles pergunta se são capazes de beber do mesmo cálice que Ele beberá. Respondem que sim. Nesse momento sela-se o compromisso que aqueles dois discípulos fizeram com o Senhor: testemunhar seu Evangelho a ponto de sacrificarem suas vidas pelo anúncio da Verdade salvadora.

Tal compromisso se realiza apenas em São Tiago, pois São João é o único entre os doze que não padeceu no martírio (Jo 21, 20-23). São Lucas no livro dos Atos dos Apóstolos (12, 1-2) narra o martírio de São Tiago que foi quem inaugurou o derramamento de sangue dos apóstolos. A pedido do rei Herodes Tiago é executado pela espada em Jerusalém.

Mas o que se torna marcante na vida de São Tiago são a sua missão e o caminho pelo qual percorreu para a difusão do Evangelho de Cristo. Conta a tradição da Igreja que Tiago foi para a Península Ibérica, precisamente no território da atual Espanha. No início, seu trabalho foi difícil e extenuante por causa da dureza do coração do povo. Esteve a ponto de fraquejar em sua missão quando eis que a Virgem Maria aparece-lhe entregando um pilar com um profundo sentido de força e firmeza na missão. A partir disso, São Tiago adquiriu forças para vencer as adversidades.

Seu testemunho de vida e sua pregação do Evangelho fincaram as raízes do Evangelho naquela terra e principalmente no coração daquele povo. Sua figura é tão importante que é dedicada a ele uma belíssima catedral em Santiago de Compostela onde milhares de fieis até hoje fazem o percurso do seu caminho pedindo graças e bênçãos.



Façamos então um propósito de vida de assemelharmos cada dia mais ao exemplo que São Tiago nos dá. Não somente da pregação, mas também da escuta da Palavra do Senhor que diariamente fala a nossos corações e também do testemunho de vida e oração. Peçamos a ele a graça de contarmos sempre, assim como ele, da materna intercessão de Maria sempre Virgem, a Senhora do Pilar.

Seminarista Lucas Alerson de Souza

Festa de São Tiago Apóstolo




No dia 25 de julho celebramos com toda a Igreja a festa de São Tiago Maior, Apóstolo. Tiago era pescador quando Jesus o encontrou acompanhado de seu irmão João. Foi chamado por Ele a ser seu discípulo, recebeu com grande entusiasmo o chamado do Mestre a ponto de deixar tudo e seguir os seus passos. Tiago foi um grande amigo de Jesus e esteve presente em vários momentos de sua vida, testemunhou, por exemplo, a Transfiguração no monte Tabor e a cura da sogra de Pedro. Sendo decapitado, foi o primeiro dentre os Apóstolos a derramar o sangue por Cristo. São Tiago é também conhecido como evangelizador da Espanha. E foi neste país, segundo a tradição, que ocorreu a magnífica aparição de Nossa Senhora ao Apóstolo.

“Em grande perigo por causa de uma perseguição contra os fieis de Saragoça, Tiago implorou o auxílio da Virgem Maria que ainda vivia na Terra para saber se devia continuar na região. E eis que ela surge rodeada de anjos, sentada num trono. Os anjos traziam consigo uma coluna de luz que terminava com um lírio aberto que lançava línguas de fogo em várias direções. Uma delas ia até Compostela. No resplendor do lírio estava Maria Santíssima. São Tiago recebeu interiormente o aviso de que deveria erguer ali uma igreja e que a intercessão de Maria devia crescer como uma raiz e expandir-se. Disse-lhe a Virgem que, uma vez concluída a igreja, voltasse para Jerusalém”. Assim foi construida a pequena igreja e teve o início o culto de Nossa Senhora do Pilar à qual dedicamos esta diocese.

“Antes de voltar para Jerusalém Tiago foi visitar Maria, em Éfeso, lá a Virgem lhe comunicou que sua morte estava próxima e o confortou. Ele se despediu de Maria, de seu irmão João Evangelista e seguiu para Jerusalém, onde foi preso e tempos depois decapitado”.

Caros amigos, São Tiago foi, com toda certeza, um homem de vontade decidida e de forte caráter. Nem sequer parou para pensar quando Cristo o chamou. Soube ser fiel aos seus deveres de Apóstolo, passou por toda espécie de risco, mas mesmo assim foi destemido para cumprir seu desejo de uma entrega total ao Mestre e aos seus ensinamentos. Homem de uma profunda oração, Tiago soube também se colocar sob o amparo da Rainha dos Apóstolos, a Virgem do Pilar.

E com esse espírito de oração tão presente no Apóstolo Tiago que depositamos nas mãos de Maria Santíssima o nosso “Seminário Diocesano São Tiago” pedindo que ele possa ser sinal e incentivo de força no compromisso de uma preparação humana e espiritual dos jovens que caminham para o sacerdócio. Que os seminaristas possam crescer dia-a-dia na amizade com Jesus, Mestre e Senhor por meio da oração contínua e a escuta de sua palavra, assim como fez o Apóstolo Tiago.

Seminarista Plínio A. S. Almeida


Basílica de São Tiago, Espanha:







Urna com os restos mortais do Apóstolo:




Obs: Os trechos entre aspas fora extraídos di site: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/novidades.asp

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Férias: Descanso e Reflexão



Neste período ferial deve-se voltar para o universo interior que cada um de nós contém, este grande universo de nossos corações e nossas mentes, que está abrigado em cada um de nós, devemos refletir sobre a vida, sobre nossas escolhas e nossos erros.

Refletindo sobre a vida devemos calar os nossos anseios temporais, aqueles que nos afastam de Deus, que nos retiram da retidão evangélica.

Deve-se observar o belíssimo exemplo do mestre e deixar que a sua voz venha encher o nosso coração, encher nossas almas de sua luz celestial, para que a exemplo dele, possamos refletir na terra o seu divino amor. Um amor tal, que nos impulsiona a doar, como o Mestre, as nossas vidas. Pois quem se dá ao serviço divino sem interesse, sem egoísmo, ainda que seja o egoísmo de salvar a sua própria alma, pois o amor nos leva a simplesmente doar-nos pelos irmãos, pois através da servidão compreendemos o valor da criação e da vida humana. Este valor era o qual o Senhor queria e quer que compreendamos, um amor ágape que se doa sem nada esperar em troca. Devemos ansiar pelo amor que fazia o coração do Senhor arder no momento do calvário.

Devemos compreender que a vida tem sentido quando a colocamos a serviço. Por isso as férias são um tempo de criar deserto interior, no qual possamos refletir de forma profunda, sobre o grande mistério da vida.

As férias são um tempo de descanso, sim, claro que sem dúvidas o descanso é necessário. Mas é necessário refletir o que é descanso e o que é preguiça, pois a nossa tendência é que nas férias possamos fazer o que quisermos, sem nos preocupar com nada, e principalmente o relógio é o ultimo a ser lembrado. Nos esquecemos que agindo desta maneira acabamos nos cansando ainda mais.

Este tempo que é dedicado ao descanso deve ser tomado como um tempo de intensificarmos nossas orações, nossos momentos de entrar em sintonia com Nosso Senhor.

Este é o momento de questionar nossas escolhas, pedir ao Senhor que nos mostre qual é o verdadeiro caminho a ser seguido em nossa jornada terrestre. Pedir ao Senhor as luzes do Divino Espírito, para que nos agracie com a divina sabedoria, para colocarmos o chamado que o Senhor nos faz, sobre todos os outros. Pois fazendo de nossas vidas um sim ao Divino Mestre elas se tornarão como o barro nas mãos do oleiro, para que o Senhor nos faça renascer do egoísmo, da preguiça e da falta de coragem, tornando-nos verdadeiros anunciadores da sua Palavra, tornando-nos sal da terra e luz do mundo.

Devemos nos lembrar que somos livres para vivermos como quisermos, podemos fazer opções livremente. Deus não interfere em nossas escolhas. Portanto, cabe somente a nós a escolha dos rumos que tomamos em nossas vidas, bem como suas consequências.

Contudo, Deus que é amor, como bem nos lembrou em sua encíclica o Papa Bento XVI, “Deus Caritas est”, este nos ampara e nos guia nos momentos de dificuldade.

Que nessas férias possamos realmente refletir e contemplar que é na doação do calvário que Cristo nos ensina o mais belo caminhar dos santos e santas, dos homens e mulheres de fé. E a partir desta reflexão encontrar o verdadeiro sentido da vida.

Seminarista Jonathan Geraldo da Silva

domingo, 17 de julho de 2011

Dom Célio: Um ano conosco



Neste dia 17 de julho lembramos que, há exatamente 1 ano Dom Célio tomava posse como Bispo da nossa Diocese de São João del-Rei.

Nestas poucas linhas queremos agradecer ao nosso Pastor pelo zelo com que ele tem cuidado de nós que somos seu rebanho. A sua presença já é marcante em nosso meio, pelas inúmeras visitas e pela atenção à todos.

Dom Célio, que o Espírito Santo continue guiando-o para que a sua vida possa ser essa manifestação do amor de Deus entre nós!

Virgem Maria do Pilar, protegei o nosso Bispo Diocesano!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Virgem Maria do Monte Carmelo

Vide florida, esplendor do céu
Virgem Mãe singular, doce Mãe
Mas sempre Virgem, aos teus filhos
Os teus favores! Oh estrela do mar!
( São Simão Stock)

No dia 16 de julho celebramos em comunhão com a família Carmelitana a Nossa Mãe do céu sob o título de Nossa Senhora do Carmo. Por uma feliz coincidência, nesse mesmo mês celebramos também os santos Profetas Elias e Eliseu seu sucessor, que fizeram história com Deus e com Nossa senhora que foi prefigurada por Elias em uma pequena nuvem. “Duas figuras bíblicas, cuja história está detalhadamente descrita no Primeiro e Segundo Livros dos Reis no Antigo Testamento”.

O Monte Carmelo tornou-se muito importante e muito rico de recordações, pois ali, através da intervenção do Profeta Elias, Deus renovou a aliança com o seu povo. Elias foi considerado como um dos inspiradores da Ordem do Carmo. “Quando os Eremitas na Europa lutavam contra o perigo de sua supressão, os carmelitas voltaram a sua atenção para o Profeta Elias dizendo que eram uma Ordem que vem desde os tempos do Antigo Testamento, desde os tempos do Profeta Elias”.

No início do século XIII nascia no Monte Carmelo na Palestina a Ordem do Carmo. Os Eremitas do Monte Carmelo foram logo obrigados a imigrar-se para a Europa. E mesmo na Europa não foram bem acolhidos em razão do seu estilo de vida diferente das outras Ordens Religiosas e foram até ameaçados de extinção. Em meio à angústia e sofrimentos o Superior geral São Simão Stock, suplicava com insistência a ajuda e proteção da SSma. Virgem.

Conforme a tradição, São Simão Stock teve uma visão no dia 16 de julho de 1251 quando intercedia à Virgem do Carmo. Apareceu-lhe Nossa Senhora, trazendo em sua mão o Escapulário dizendo: “Meu filho muito amado, eis o Escapulário que será distintivo da tua Ordem. Aceita-o como um penhor de bênção que alcancei para ti e para todos da Ordem do Carmo. Aquele que morrer piedosamente, vestido com este Escapulário, participará da eterna salvação!”

O Papa Pio XII escreveu uma Carta Apostólica, dizendo: “Na verdade, não se trata de um assunto de pouca importância, mas trata-se da consecução da vida eterna em virtude da promessa feita, segundo a tradição, pela SS. Virgem. A importância do santo Escapulário como uma veste Mariana, é prenda e sinal da proteção da Mãe de Deus. Mas que não pensem aqueles que se revestem do Escapulário que possam alcançar a salvação eterna, entregando-se à inércia e à preguiça espiritual (Pio XII 6 de março de 1950)”.

A partir da aparição de Nossa Senhora a São Simão Stock, esta devoção Mariana foi se espalhando por toda parte e tornando-se uma devoção muito popular.


Fonte: Calendário da Família Carmelitana

quinta-feira, 14 de julho de 2011

São Camilo de Lellis



Somos chamados a seguir o caminho da Santidade

Nesse tempo em que o mundo nos oferece tantos contra-testemunhos somos chamados a refletir sobre a vida de um grande Santo da Igreja. Neste dia 14 de Julho celebramos São Camilo de Lellis. Homem que soube dedicar sua vida cuidando dos enfermos.

O fundador da Companhia dos Servidores dos Enfermos (Camilianos) soube enxergar na figura dos agonizantes a própria face de Cristo. A enfermidade que o seu próprio corpo padeceu fez com que ele se empenhasse na construção de um mundo melhor através da assistência aos doentes. Camilo não suportou as atrocidades dos médicos para com os enfermos carentes de sua época, com isso em 1582 ele recrutou homens caridosos que se prontificaram a cuidar dos doentes que não tinham condições financeiras para se tratar. Era uma missão nobre a qual os que nela se engajassem entrariam sem nenhuma proposta de recompensa material. Somente as pessoas que verdadeiramente seguissem o mandamento do amor seriam capazes de se entregar totalmente a serviço do irmão. E “em 1856 o Papa Sisto V aprovou os regulamentos da companhia”, dando assim o reconhecimento necessário aos serviços prestados pelos seguidores de São Camilo.

Mergulhemos com profunda reflexão nas palavras de São Camilo aos membros de sua companhia: “Haja entre vós uma grande união e muito amor. Amai, e muito, a nossa ordem, e dedicai-vos ao apostolado dos enfermos. Trabalhai com muita alegria nesta vinha do Senhor”. Entre os dizeres de São Camilo encontramos a palavra alegria. Esse sentimento com certeza esteve em seu coração durante toda sua entrega aos irmãos. E é esta alegria que ele quer que permaneça nos corações daqueles que são chamados a serem santos. É este sentimento que deve transbordar na alma dos reais servidores de Cristo, que se doam integralmente para o alívio dos sofrimentos dos irmãos. E é nesse espírito de alegria que nós cristãos devemos agir sempre. Lembrando sempre que nossa principal vocação é a santidade. E vocação é sinal de felicidade. Mesmo em meio aos tormentos temos em nós a felicidade de estarmos trilhando os verdadeiros caminhos que nos conduzem a eternidade.


Seminarista Jorge Wilson Carvalho Fonseca


Obs: Os trechos em aspas foram tirados: http://www.camilianos.org.br/historia.asp

domingo, 3 de julho de 2011

Pedro e Paulo


Numa só festa comemoramos Pedro e Paulo. Ambos foram martirizados em Roma. A sepultura do primeiro se encontra embaixo do altar mor da basílica do Vaticano. Os restos mortais do segundo se encontram na basílica com seu nome, fora dos muros antigos de Roma. Deram a vida para serem fieis à resposta ao chamado de Jesus, testemunhando sua divindade. Não fosse sua convicção de fé não se teriam sacrificado, dando tudo de si na missão recebida de levar a todos Evangelho. São sustentáculos da Igreja instituída pelo Divino Mestre.

Pedro, colocado como chefe da Igreja, nos dá a garantia de seguirmos com segurança o caminho de Jesus, tendo a força de sermos, como Igreja, grande farol indicativo do caminho que leva à vida plena. Na sua realidade humana confiou plenamente na força do Senhor para realizar a incumbência oferecida pelo Ressuscitado: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,16); “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dou-te as chaves do reino dos céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus” (Mateus 16, 18-19).

Paulo, convertido após Jesus ter realizado sua missão de nos salvar, dedicou-se totalmente a espalhar de modo ardoroso e destemido a Boa-nova de Jesus por onde pode estar presente, convicto do envio que Jesus lhe fez: “Tenho, porém, a ambição de pregar o Evangelho onde Cristo não foi ainda anunciado”(Romanos 15,20). Sua grande preocupação: “Não tenho, de fato, de que gloriar-me, se eu anuncio o Evangelho; é um dever este que me incumbe, e ai de mim, se não pregasse!” (1 Cor. 9,16). A fé move sua pregação: “Acreditei; por isso, falei” ( 2 Cor. 4,13).

Estes dois baluartes da Igreja instituída por Jesus nos dão, além do mais, as seguintes seguranças na caminhada como verdadeira comunidade eclesial de Cristo: o ensinamento surgido de Jesus e transmitido pelos Apóstolos. Pedro nos garante a solidez da fé no Ressuscitado; Paulo nos forma na mesma fé para também anunciarmos a pessoa do Salvador e o que Ele nos ensinou através dos Apóstolos. Não podemos abrir mão de nossa fé, sendo verdadeiros seguidores ou discípulos de Jesus. Não podemos também abrir mão de nossa vocação e ação missionária, tão necessárias no mundo de muitas propostas desviadoras dos valores do Evangelho. A sucessão apostólica nos dá base para compararmos os ensinamentos, mesmo sobre Jesus e seu Evangelho, com sua sustentação doutrinária e magisterial. O diálogo com as culturas e religiões nos favorece, com a força da autoridade de Pedro e Paulo, para termos a nítida revelação de Jesus com a certeza da autoridade dada a estes apóstolos e seus sucessores. Deste modo, respeitamos a todos, mas não deixamos de mostrar nosso entendimento, com o valor da pessoa do Ressuscitado e de seus ensinamentos, que podem ser coincidentes com outros irmãos de outras confissões religiosas. O melhor é justamente nossa fraternidade para, em coerência e nitidez sobre os ensinamentos de Jesus, ajudarmos a sociedade a viver mais na justiça, na solidariedade e na paz. A Igreja é instrumento de serviço para a humanidade, promovendo a ética, a dignidade e a vida plena para todos.

Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros - MG