Histórico


Seminário Diocesano São Tiago: breve histórico 
          No dia 21 de maio de 1960 foi criada, pela Bula Quandoquidem Novae do Papa João XXIII, a Diocese de São João del-Rei, desmembrada da Arquidiocese de Mariana. Na referida Bula Papal consta que fosse dispensada atenção especial à criação de um seminário. Dom Delfim Ribeiro Guedes (1960 – 1983), primeiro bispo, logo manifestou interesse em se criar o Seminário, tanto que tratou de escolher o nome “São Tiago” devido à devoção espanhola ligada a Nossa Senhora do Pilar, padroeira da Diocese.
          Em fevereiro de 1961, apesar dos esforços de dom Delfim, o Seminário não pode ser fundado e os seminaristas – 57 no total – que estudavam em Mariana, Campanha e Juiz de Fora lá permaneceram. Neste mesmo ano, São Tiago foi constituído, pelo Papa João XXIII, padroeiro secundário da Diocese e patrono do Seminário.
          Em meio a diversos projetos e ideias de onde construir o educandário diocesano, no dia 29 de maio de 1961, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, sugeriu ao então prefeito de Tiradentes (MG) que cedesse o imóvel de estilo colonial, que atualmente abriga o Museu Padre Toledo, para sediar o primeiro Seminário Diocesano. Assim, no dia 25 de julho de 1961, a prefeitura municipal de Tiradentes entregou, mediante comodato, o imóvel à Diocese. Nascia o “Seminário Diocesano São Tiago”, inicialmente dirigido pelo pe. Jair Rodrigues de Castro. A inauguração se deu no dia 29 de abril de 1962, tendo como reitor o cônego Agostinho José de Resende.
          Essa primeira sede significou importante conquista para a ainda recém instalada Diocese de São João del-Rei. Entretanto, o espaço foi se tornando pequeno para abrigar a quantidade de seminaristas que aumentava a cada ano. Diante desta realidade, a equipe de formação contatou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a fim de obter autorização para ampliar o histórico casarão, tombado pelo referido instituto. Após as devidas análises, o Iphan autorizou e delimitou um local que, contudo, não condizia com as necessidades do Seminário, sendo então necessário o seu abandono e a consequente mudança para São João del-Rei, sede da Diocese.
         A transferência do Seminário para São João del-Rei impôs aos padres inúmeros desafios, entre eles o de se encontrar um terreno adequado para a construção de um prédio que correspondesse aos interesses e objetivos da equipe de formação. Vários terrenos foram analisados, incluindo um amplo espaço na Avenida Leite de Castro, onde atualmente funciona a Apae, todavia surgiram diversos empecilhos que impediram a sua aquisição.
         Após incansável procura, a Diocese adquiriu um imóvel amplo no qual funcionou, por muitos anos, uma fábrica de tecelagem na Avenida Leite de Castro, em São João del-Rei. Trata-se do endereço atual da Casa de Pastoral São Tiago. Após uma pequena reforma, foi inaugurado no espaço o Seminário Diocesano, no dia 27 de agosto de 1967. Estiveram presentes na solenidade o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Agnelo Rossi, dom Sebastião Baggio (Núncio Apostólico), dom Geraldo Maria de Morais Penido (arcebispo metropolitano de Juiz de Fora), Pio Canedo (vice-governador de Minas Gerais) e o general Antônio Carlos Mourão Ratton. O primeiro reitor foi o pe. José Rocha Neto e os seminaristas estudavam no Colégio São João.
         Em 1968, além de completarem seus estudos no Colégio São João, os seminaristas passaram a cursar filosofia na Faculdade Dom Bosco. Neste período, a reitoria esteve sob a responsabilidade do monsenhor Juvenal Vaz Guimarães Filho e do ecônomo pe. José Zamagna.
          De 1968 a 1970 houve um intervalo no funcionamento do Seminário, sendo este reaberto em 1971. Ainda neste ano, ele foi novamente fechado, assim permanecendo até 1975. Essa nova fase teve como reitor o pe. Valério Cardoso (scj).
         Posteriormente, o imóvel da Avenida Leite de Castro passou por uma considerável reforma cujo objetivo fora adequá-lo aos devidos fins, e ainda torná-lo propício para ser um Centro de Pastoral, que pudesse receber encontros de grupos que surgiam naquela época, tais como o Movimento de Cursilhos de Cristandade e o Emaús.
          No final da década de 80 (1988 e 1989), o Seminário Diocesano São Tiago esteve sediado no Albergue Santo Antônio, sob a direção do pe. Francisco Andrade. Após visita de dom Arnaldo Ribeiro, que cumpria tarefa de inspecionar alguns seminários do Brasil, a casa foi fechada. Neste período foi instalada a sede do Seminário São Tiago em Juiz de Fora, que passou a receber os seminaristas que iam cursar Filosofia e Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio. Em Juiz de Fora, como acontece até os dias de hoje, os seminaristas estudam e auxiliam nos trabalhos pastorais na Paróquia de Nossa Senhora da Cabeça, que é gerida pelo reitor da Comunidade, atualmente o pe. Antônio Carlos Trindade da Silva.
         Em fevereiro de 1996 foi inaugurado, pelo então bispo dom Antônio Carlos Mesquita, o Propedêutico. A referida etapa visa, como o próprio nome diz, a preparar os seminaristas para a Filosofia e Teologia. No Propedêutico os seminaristas estudam latim, liturgia, língua portuguesa, espiritualidade etc. O Seminário Propedêutico foi instalado no imóvel da Avenida Leite de Castro, onde ficou, sob a direção do pe. Nélio José dos Santos, até fevereiro de 1999, quando o local foi declarado impróprio para a finalidade a que se propunha. Foi então que se decidiu pela construção do atual Seminário Propedêutico e Filosofia, no bairro Cohab, divisa com Santa Cruz de Minas. O terreno que o abriga foi adquirido aos poucos, através da compra de alguns lotes e da doação de outros. A construção, por sua vez, foi concluída graças a doações e a uma campanha realizada em conjunto por todas as paróquias da Diocese.
         No dia 1º de abril, na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, a Pedra Fundamental do Seminário Diocesano São Tiago foi benzida pelo então bispo dom Waldemar Chaves de Araújo e, pouco tempo depois, as obras foram iniciadas.
         A inauguração, realizada no dia 25 de fevereiro de 2003, significou o coroamento de um sonho e a recompensa pelo labor daqueles que lutaram para que o pedido do Núncio Apostólico dom Armando Lombardi, na  já distante década de 1960, pudesse ser, enfim, atendido. 




Fonte: Diocese de São João del-Rei