quarta-feira, 4 de maio de 2011

A água – símbolo da Páscoa



O período quaresmal é tido para nós como tempo de conversão, tempo de análise da nossa postura de vida diante da fé que recebemos. Desse modo é preciso analisar se a nossa conduta está ou não de acordo com os ensinamentos recebidos em nossa caminhada cristã. Por isso temos o tempo da quaresma para buscarmos o sacramento da confissão, a fim de morrermos para o pecado e buscarmos uma vida nova em Cristo.
Passado este tempo da quaresma entramos na grande festa da Páscoa do Senhor. Pela ressurreição de Cristo também nós podemos ter a certeza da vida nova que Ele nos quer dar.
Visto neste aspecto litúrgico, a quaresma e a páscoa estão como o batismo na vida do cristão. Ao nascer trazemos a marca do pecado original e precisamos do sacramento do batismo para renascer em Cristo. Durante a nossa caminhada, devido à nossa fragilidade, caímos no afastamento de Deus pelas atitudes que temos, que não são coerentes com a nossa fé. Assim temos o sacramento da confissão para limpar o nosso coração das atitudes de pecado.
A noite da vigília pascal é a noite batismal, por excelência, é o momento no qual o fiel vem incorporado à Páscoa de Cristo, que representa a passagem da morte para a vida. O elemento que nos ajuda neste momento é a água. A água é uma realidade que limpa, purifica. Na liturgia da vigília pascal, e também em outros ritos litúrgicos sacramentais, ela assume o sinal de Cristo, água viva que mata a sede.
Geralmente se celebra o batismo na noite santa da vigília, mas mesmo se não é celebrado, a comunidade cristã comemora o batismo através da renovação das promessas batismais e da aspersão com água benta, sacramento pelo qual somos incorporados à páscoa de Cristo. A água, para nós cristãos, é um símbolo do carinho de Deus que quer purificar-nos, apagar a nossa sede e fazer com que sejamos renascidos no mistério da páscoa de Cristo.
Essa recordação do nosso batismo está presente em vários momentos celebrativos: a aspersão ao início da Missa dominical (sobretudo nos cinquenta dias da páscoa); no gesto de fazer o sinal da cruz ao entrar na igreja, mergulhando o dedo na água benta; e também nas celebrações de exéquias.
A água abençoada na noite da vigília pascal nos dá a “juventude eterna” como canta, em forma poética, a liturgia: “tudo o que é velho, sujo, é lavado pela misericórdia de Deus que recria continuamente como homens novos”.

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