sábado, 21 de maio de 2011

Irmã Dulce: a mão de Deus nos pobres





“Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. [...] Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes!” (Mt. 25,35-36.40).


Queridos irmãos e irmãs em Cristo, com tais palavras Nosso Senhor Jesus Cristo nos convida a uma profunda vivência de seu Evangelho. O dar pão a quem tem fome, dar água a quem tem sede, vestir o nu nos traz uma realidade de compromisso com as necessidades do outro. Estas palavras fizeram coro tão grande e harmonioso no coração de uma filha do Brasil que assim como outros (Padre Eustáquio, Albertina Berkenbrock, José de Anchieta e demais) se propuseram a levar uma vida coerente com os princípios evangélicos de testemunho da fé na Palavra e na dedicação e amor total ao próximo. Essa filha é Irmã Dulce que no próximo domingo dia 22 de maio será proclamada Bem Aventurada Irmã Dulce dos Pobres.

Sua santidade já era possível ser notada desde os treze anos de idade onde recebia em sua casa mendigos e pessoas necessitadas fazendo dali um centro de atendimento. A partir desse contato pessoal e humano com as carências que muitas pessoas tinham é que sua vocação à vida religiosa brotava no intuito de fazer com que sua vida preenchesse o vazio que aquelas pessoas necessitadas de recursos sentiam.

Aos 20 anos de idade Irmã Dulce faz sua consagração perpétua na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição onde seu trabalho era ensinar em um colégio mantido pela sua congregação. Mas como tinha um espírito totalmente caridoso não conseguiu permanecer em tal função. Pediu para exercer um trabalho totalmente voltado à assistência dos necessitados.

Irmã Dulce vivia pelas ruas de Salvador pedindo ajuda a comerciantes, prefeitos, políticos, artistas e diversas pessoas para conseguir manter suas obras e continuar a saciar as necessidades da população. Trabalhava ao lado do povo sem esperança e sem projetos de melhora de vida. Sempre que precisavam de uma ajuda espiritual, ali estava Irmã Dulce.

Construiu um hospital em Salvador, mas com muito trabalho e dificuldade porque não tinha um prédio que pudesse abrigar seus doentes, indo para diversos lugares até que a freira superiora da Congregação deu autorização para que os enfermos ficassem em um galinheiro dentro do terreno da mesma. É desse galinheiro que surge um dos maiores hospitais da Bahia: em 1959, Irmã Dulce funda a Associação Obras Sociais Irmã Dulce.

Irmã Dulce faleceu em 1992 com graves problemas respiratórios aos 77 anos de idade, deixando esta Terra de Santa Cruz e indo habitar a glória celeste onde lá, segundo o apóstolo Paulo, receberá a coroa de glória que o justo juiz concede a todos que aqui neste mundo cumprirem a missão que lhes é proposta por Deus. (2Tm. 4,8).

Ela é, portanto, exemplo para todos nós brasileiros que ainda somos carentes de exemplos que nos comovam e nos despertem em nossas realidades caracterizadas por nossos problemas. Agora Irmã Dulce não é apenas o “Anjo bom da Bahia”, mas é o Anjo bom do Brasil que cativa milhares de pessoas e as convida a mudarem de vida e a se comprometerem com o anúncio da Palavra e com as obras caritativas.

Peçamos a ela que interceda pelo povo brasileiro, por suas necessidades e carências. Para que ela, pedindo ao Pai celeste, possa conseguir para nós a conversão e a mudança de vida capaz de abrir-nos os olhos à realidade do mal e da opressão que nos cerca.

Seminarista Lucas Alerson de Souza

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