segunda-feira, 13 de junho de 2011

Responder ao amor do Coração de Jesus

“Aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração e vós encontrareis descanso para vossas almas” (Mt.11,29)




Palavras confortadoras essas de Jesus, porque nos garantem um lugar, uma morada permanente em seu coração. É nessa certeza que vivenciamos todo esse mês de Junho, em que a Igreja dedica suas orações com maior intensidade ao Sagrado Coração de Jesus. Coração manso e humilde, disposto a amar sem medidas, ágape por excelência. Coração que acolhe, conforta, redime, salva e ensina.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus iniciou-se com Santa Margarida Alacoque quando, na oitava de Corpus Christi do ano de 1675, o Senhor Jesus manifestou-se a ela com o peito aberto apontando para coração e dizendo a ela: “Eis o Coração que tem amado tanto os homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.

Essas palavras brotam de um coração que só tem por desejo nos amar incondicionalmente, mesmo quando tantos se fecham a esse amor. Nesse coração aberto encontramos repouso quando estamos cansados, encontramos soluções para os problemas da vida, encontramos a cura quando estamos machucados.

Essa confiança que brota do coração do cristão como resposta ao amor de Jesus encontra em suas próprias palavras motivo de uma entrega total e verdadeira, pois é ele que nos diz “Vinde a mim vós todos que estais cansados sob o peso de vossos fardos e eu vos darei descanso” (Mt11,28). E também quando nos fala: “Se alguém tem sede venha a mim e beba” (Jo 7,37).

Quando vemos na imagem do Coração de Jesus uma coroa de espinhos e uma ferida aberta, vemos os próprios crimes da humanidade a dilacerar esse coração que, não se prendendo à nossa ingratidão, ama até mesmo aqueles que insistem em negá-lo e distanciar-se dele. Do contrário, percebemos que grandes tesouros ele nos dá e destaco especialmente o Mandamento Novo e a Eucaristia.

O amor certamente é o maior empreendimento que podemos realizar e que pode estar em nossas relações humanas. Vindo de Deus, esse amor torna-se algo magnânime e perfeito, porque está além daquele amor que expressamos na nossa humanidade.

Percebemos essa intensidade quando o próprio Jesus diz : “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo”(Jo15,9) e com isso nos dá a lição “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15,13), e para nos provar que não se trata de algo utópico: Como amasse os seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo”(Jo 13,1). E São João na sua primeira carta nos testemunhará: “Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós”(1Jo3,16) e São Paulo: “(Jesus) me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20).

Ouvir e sentir em nossos corações a batidas e pulsações do Coração de Cristo nos pedindo: “Amai-vos um aos outros como eu vos amei”(Jo 13,34) e cumprindo esse pedido que ele nos faz, sentimos nossos corações como os corações dos discípulos de Emaús e nos perguntaremos: “Não ardia nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?” (Lc24,32).

Nossos corações ardem e se inflamam ainda mais quando participamos da Sagrada Eucaristia. Uma união intima acontece: Coração de Cristo e Coração do homem que, num gesto de reciprocidade, se tornam um e se abrem, juntos, ao Amor.

Coração de Cristo, manso e humilde; coração do homem, pobre e soberbo: de uma dualidade acontece a unidade no coração daqueles que, recebendo a Jesus, querem a todo momento doar-se aos irmãos e santificar-se cotidianamente.

Paulo VI já nos dizia: “Nosso primeiro desejo é uma participação mais intensa do Sacramento do altar. Venha honrar o Coração de Jesus cuja mais bela dádiva é precisamente a Eucaristia... Na Eucaristia, que é o vértice e o centro dos Sacramentos, saboreia-se na sua fonte a doçura espiritual e recorda-se a insigne caridade que Jesus Cristo mostrou na sua Paixão”.

Que nos abramos ao Senhor Jesus e com isso experenciemos os dons inefáveis de seu amor, para que ouçamos atentamente suas palavras, repetidas inúmeras vezes num canto de devoção popular: “Procuro abrigo nos corações, de porta em porta desejo entrar. Se alguém me acolhe com gratidão faremos juntos a refeição.”

Seminarista Douglas Willian Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário