terça-feira, 31 de janeiro de 2012

“Bom Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?”

“Vai, vende tudo o que tens e dá o dinheiro aos necessitados e terás um tesouro no céu!”
 (Mc 10,21).


Vivemos em um mundo completamente conturbado. São várias as possibilidades de vida e a gama de fatores que podem influenciar nas nossas escolhas, nas nossas relações com as pessoas e com o mundo em geral, são várias as atividades que podemos fazer. Por um lado aparenta ser uma vida agitada, satisfatória e que de certa forma preencha o vazio que sentimos em nosso ser e que nos impulsiona a buscar novos horizontes, a fazer novas conquistas. Porém, essa realidade se apresenta também pelo seu verso. Com a variedade de opções, aumenta a possibilidade de erro nas escolhas gerando mais ilusões, fracassos e frustrações. Mas então, o que fazer perante tamanha variedade de opções e de ilusões que a vida nos oferece constantemente? Há dois mil anos, Cristo já dava esta resposta.

Vasculhando o Evangelho segundo São Marcos, vê-se um trecho bastante interessante e ao mesmo tempo inquietante. No capítulo décimo, do versículo 17 ao 22 (Mc 10, 17-22), deparamos com a passagem do jovem rico. À primeira vista pode parecer que a situação expressa neste texto não tem aplicabilidade em nossa vida, mas estudando e refletindo a fundo veremos que este jovem rico, através de sua pergunta, nos ensina e muito.

O jovem se dirige a Jesus e lhe pergunta: “Bom mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?” Ora, era um jovem de fortunas. O dinheiro para quem o possui pode trazer momentos de alegria, prazer, amigos, status social; torna a vida de quem o possui muito mais agradável e confortável aqui neste mundo. Jesus mostra o caminho da prática dos mandamentos e preceitos que Deus havia dado a seu povo. O jovem, inquieto, diz que desde a sua juventude tem observado tais leis. O Cristo lhe diz que apenas uma coisa lhe falta para herdar o Reino do Céu: a venda de todos os seus bens e a entrega do dinheiro aos pobres e necessitados.

Para nós  que não possuímos uma grande quantia de riquezas e de bens podemos tomar tal fala de Jesus como um caminho para o encontro com a felicidade tão almejada por nós. Ao indicar para o jovem a venda de todos os seus bens, Cristo quer mostrar-nos a negligência a tudo aquilo que nos impede de ver e de sentir o que é verdadeiro, o que é eterno e real: a presença de Deus em nossa vida.

O dinheiro, assim como dito anteriormente, é fonte de ilusão, de penumbra e ofusca o verdadeiro e inquietante desejo do nosso coração de procurar por horizontes maiores, por algo maior que não nos decepcione, que seja fiel para conosco. Ao rompermos com todas as seduções, com todos os vícios materiais que mantém as nossas almas presas a este solo, poderemos alçar voo e buscar algo que verdadeiramente nos sustente e nos satisfaça.

Eis a resposta da pergunta inicial. Diante de tanta diversidade de opções e caminhos, devemos, pois, nos agarrar com afinco na rocha que é Cristo e não deixar com que bens passageiros nos inebriem e façam com que nos afastemos do nosso verdadeiro porto de chegada. Não é fácil falar de renúncia e abstinência em nossos dias atuais. Não é fácil entender essa mensagem, mas somente por este caminho desviaremos de todas as armadilhas do mundo, de todas as situações de pecado.

Não façamos como o jovem rico que ao ouvir tais palavras de Jesus ficou abatido e se retirou, mas que possamos com fé e coragem aceitar essa nova proposta de vida que Cristo oferece a nós como caminho e meta para a felicidade eterna.

Seminarista Lucas Alerson de Souza

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