sexta-feira, 30 de março de 2012

O que nos ensinam as dores de Maria?

Doleo super te: Sobre ti eu choro como aquela mãe que tanto ama seu filho único” Zac. 12
Uma notícia publicada em vídeo no Youtube! “Parece mais roteiro de filme, mas é mais  um triste capítulo na história de vida e morte de Dona Ruth da Silva Torres farias, que tenta a 5 meses enterrar seu filho que morreu de forma misteriosa em Portugal, depois de conseguir que o corpo fosse transportado de volta para o Espírito Santo, mas se depara com problemas de identificação, ela aguarda seus familiares na manhã desta terça-feira em frente ao departamento de medicina legal, quando vem a notícia do acidente de carro, uma filha e sua nora estão mortas.”
Dona Ruth preocupada com a demora da chegada dos familiares liga:
-Alô, cheguei sete e vinte aqui no IML, a Daniela me ligou dizendo que tava no terminal de Parafina esperando o Jonathan.
Nove e vinte seu telefone toca:
-Alô... é Ruth...
Após alguns instantes de silêncio ela se desespera...
- Meu Deus! Mais um não! O que eu vou fazer da minha vida? O que gente? O que eu vou fazer? Já tenho um aqui dentro! (gritos) Não! Não! Eu vou enlouquecer! Por quê você faz isto comigo? Eu não mereço Jesus! (gritos) Por quê ele deu e agora quer me tirar tudo!?
Esta fala é extraída de um vídeo no Youtube de uma reportagem da Record com o título ‘Tragédia em família’.
Dentro do contexto da dor e da perda, nós seminaristas somos questionados em como consolar os aflitos, parte integrante de nosso futuro ministério, e as dores de Maria são guias seguros de inspiração.
Penso que devemos começar com a pergunta o que é o amor de Deus? Quando não damos uma segunda chance a alguém que nos ofendeu, quando não estendemos a ao aos outros, obstruímos o amor de Deus em nós.
As vezes a vida não nos dá muito tempo para aproveitar a convivência com o próximo, muitas pessoas que nos amam e querem o nosso bem, esperam a nossa volta, esperam pelo nosso sorriso, volta de pai, mãe, irmão, parentes, amigos, quando voltamos podemos olhar nos olhos e trazer ao outro a alegria de nossa presença.
Com Maria aprendemos uma lição muito bonita, que na vida não temos muito tempo, que as vezes temos a pretensão de o outro vai ser eterno aqui na terra! E a gente se esquece que o outro pode partir a qualquer momento, então a gente economiza palavras e perdemos tempo de estarmos com os que nos amam, e eles não voltam, não podem ser restituídos! E não podemos mais dizer que amamos aos que já se foram, não podemos dizer eu te amo, e o quanto a sua presença, seu olhar me faz bem! Para aqueles que findaram o caminho, não podemos ser solícitos mais, nem prestar favores, os mais simples, nem olhar nos olhos, morreu e não posso mais voltar no tempo.
Eu não posso pedir a Deus emprestado o tempo que gastei com inutilidades, todo pecado é de fato inutilidade... sendo que poderia ter gasto com o que verdadeiramente vale a pena gastar o tempo... devemos ter atenção a isto, antes que eles vão embora e eu descubra que perdi tempo e que podia ter amado mais!
A dor de Maria revela que não sabemos se temos um amanhã e por isso eu tenho que fazer o melhor com o meu agora, espalhar o perfume do amor de Deus para tornar a existência mais suportável.
Só o amor salvará o mundo, ele é a única esperança para não nos tornarmos animais cruéis sem a mínima sensibilidade com o outro que as vez machucamos sem nem perceber! Os gregos com a palavra "Deinós" , que quer dizer o terrível, assombroso, se referem aqueles que são capazes de tudo fazer, para atingir seus objetivos, sobem na vida pisando no irmão como um degrau para a sua subida, para estes não há barreiras éticas e morais que não podem ser quebradas.
Não há data para morrer, há apenas o amor que é deixado de viver, morrer é não amar, morrer é deixar de fazer o bem, morrer é não ser solícito ao outro que Deus colocou como companheiro de caminhada rumo ao céu.
Jesus é a vida, supera a morte porque ama, ama suspenso no madeiro, Maria sabia que seu filho morto era de fato vida e não morte! Ele é vida para um mundo, uma sociedade que toca um "requiem" de corrupção, violência e mentira e Jesus nos ensina o aleluia da páscoa, da vida eterna. Só aqui há a fonte de consolo para o destino dos filhos de Adão, que são de fato pó, e de fato voltarão para ele. Quando a minha morte chegar eu já não estarei aqui para vê-la!
Seminarista Wiler Geraldo da Silva

7ª Dor: Jesus é sepultado

            Seis dias se passaram, seis dores foram aqui meditadas. Resta-nos agora refletir e rezar diante da última dor sofrida por Maria Santíssima. Hoje meditaremos sobre a solidão de Maria. Diante do sepultamento do Filho, ela se encontra só.
Na vida da fiel servidora não há mais experiência concreta da felicidade. A Mãe é condenada a sepultar o Filho. Essa é a última e mais profunda dor que uma mãe pode sofrer. Pois, não é da ordem natural das coisas que uma mãe sepulte o filho e sim que o filho sepulte a mãe. Meus amigos, ao rememorarmos tal cena, convido a vocês que reflitamos sobre o real sentido da vida.  Diante de tal proposta gostaria que pensássemos com muita clareza sobre a vida em todas as suas fases: Em primeira instância somos chamados à existência pela fecundação de um óvulo no seio de nossa mãe. São dois gametas que se encontram e que por força da natureza humana geram um novo ser. Um ser que por sua vez carrega consigo novas características. Tais como: nova forma, novo pensar, novo agir. Cada ser humano gerado nesse palco existencial, chamado vida, é único. E isso podemos confirmar no velho e bom ditado popular: “Ninguém é igual a ninguém”. A partir desse pensamento somos levados a nos maravilhar diante de tão grande mistério, o mistério da vida. Após o período de gestação, aquele feto se torna um bebê. Com o passar do tempo ele dá seus primeiros passos. Os pais vibram a cada palavra que ele tenta pronunciar pela primeira vez. A idade avança mais um pouco, e ele se torna uma criança que começa a ser despertada para a sociedade onde vive. Juntamente com a juventude chegam às interrogações. Dúvidas como: Que carreira profissional seguir? Qual roupa vestir? Em quais conquistas devo pautar minha existência? Lanço essas questões devido ao mundo que nos é apresentado nos dias de hoje. O jovem de hoje é bombardeado pela mídia, meio social, internet e tantos outros veículos de comunicação, que buscam gerar em todas essas mentes a preocupação sobre o que devo querer agora. Humildemente podemos aqui colocar uma expressão latina que define muito bem a mentalidade dos jovens nesse mundo atual: “Carpe Diem”. Ou seja, aproveite o agora. O que importa é que estamos aqui, então lancemos nossos desejos nos prazeres do mundo material. Mas como o relógio da vida não pára, a juventude passa. Na fase adulta, há os deslumbramentos acerca do casamento ou da vida solitária. O que importa é ter boas condições financeiras para se aproveitar tudo aquilo que ele pode adquirir. Seja um bom carro ou um outro bem qualquer. Mas nós sabemos que o ser terrestre tem como sendo seu sentido último à morte. A vida é como um barco a vela que segue constante para o seu destino. E nós somos os passageiros desse barco. E como bem sabemos, há passageiros que percebem o singrar do barco, mas há também aqueles que só notam a existência dessa viagem quando estão próximos de desembarcarem no cais da morte. É necessário que a juventude e a fase adulta passem para muitos de nossos irmãos notarem a sua característica de finitude.
O homem é convidado a trilhar um caminho com data e hora marcada para se findar. E dessa dimensão nem o mais rico dos homens pode escapar. A morte é o ponto mais justo que existe em nosso meio, pois, ela é para todos. Dentro dessa reflexão anterior busquei pautar argumentos puramente materialistas. Onde todos os objetos de análises são baseados na experiência concreta. É uma realidade que embora seja dura, existe. E existe com grande força, pois, a todo o momento nos deparamos com exemplos ao nosso redor.
Após tanto analisarmos a suposta concepção sobre o que venha ser a vida, e, sobretudo em nosso tempo, peço que pensemos no filho da Mãe das Dores em sua condição humana. Em nada ele foi privado. Sua condição humana fez com que ele vivenciasse praticamente todas as principais fases de um homem qualquer. Experimentou desde a ternura das carícias de uma mãe, até as terríveis dores causadas pelo mistério de sua paixão e morte. Maria também teve sua vida massacrada pelos sofrimentos. A angústia tomou conta de seu coração em muitos momentos de sua vida terrena. Nós aqui meditamos durante esses dias essa realidade acerca de sua vida. Desde a profecia de Simeão até o sepultamento de seu filho analisamos uma via pautada no sofrimento. Hoje a dor que contemplamos revela o fim para muitos de nossos irmãos. Pois a morte para muitos deles representa o ponto final, nada além dela pode existir.
Mas, meus irmãos, digo isto porque o que restara a Mãe do Salvador no momento em que ela sepultara seu único filho era a esperança. Maria poderia sim ter achado que tudo se acabara naquele instante em que vira o corpo de seu filho inerte e sem vida. Mas o que diferencia aquela mulher de tantas outras  é o sentimento forte de esperança que supostamente ela deveria ter sentido. Sentimento nobre que só nós cristãos compreendemos com clareza. Maria foi a “Primeira Cristã”, já nos dizia um compositor contemporâneo. Ela ouviu a proposta do Salvador. Ela sabia que dentre seus dizeres continha a proposta de ressurreição. Mas isso não significa que ela não sofreu ao ver seu filho sendo açoitado. Sim ela sofreu por ver ele morto na Cruz. De fato, ela se angustiou ao ver aquele corpo gélido e sem vida sendo depositado no sepulcro. Mas ela tinha esperança. Sentimento que deve ser por nós valorizado e vivenciado. Pois só a esperança na vida eterna e nas propostas vivificadores do Cristo pode nos trazer uma paz interior e o real sentido da vida.
Mãe das Dores olhe por nossos irmãos que não encontram na morte o caminho necessário para a salvação. Fazei com que eles, inspirados pelos valores evangélicos, sejam cada vez mais fortalecidos para crerem na proposta de nossa amada Igreja, que caminha sempre visando os sinais de salvação.
 

         Seminarista Jorge Wilson Carvalho Fonseca

6ª Dor: Uma lança atravessa o coração de Jesus

Hoje contemplamos a sua sexta dor, ó Maria Santíssima. Que dor cruel que o vosso coração de mãe sentiu, ao ver os soldados examinando o corpo de vosso amado Filho, e verificando  que Ele estava morto, por motivo de maior segurança, um dos soldados perfurou com  aponta da lança o lado  direito do vosso Filho, enterrando-a no tórax, por entre as costelas, atravessando de lado alado e transpassando o coração. Ao retirar a lança jorrou sangue e água da chaga aberta. Imaginemos a dor que Maria Santíssima sentiu ao ver esta cena. Uma dor inexplicável, pois já não bastava ver seu filho morto, teve também que aguentar ver o corpo que ela gerou em seu ventre com tanto amor, sendo perfurado por uma lança, sendo que suas mãos e seus pés, já a haviam sido rasgados pelos cravos.
O como deve estar o coração de Maria neste momento, seu coração devia estar com certeza pular aflito em seu peito, vendo a crueldade em que seu Filho estava passando. Embora Jesus não sentindo seu coração sendo traspassado pela lança, mas Maria sentiu a lança atravessar o seu coração, cumprindo, assim a profecia de Simeão.
A dor de Maria Santíssima é grande, pois viu aquelas mãos benditas e santas do Filho sendo rasgadas pelos cravos, mãos que abençoaram as crianças, que fizeram a multiplicação dos pães e peixes. Também mãos que curaram os paralíticos e leprosos. E também vê o coração de seu Filho sendo traspassado por uma lança o coração que amava a todos sem distinção, como fez com a mulher adúltera Maria Madalena, a quem perdoou.
Após esta cena dolorosa Maria Santíssima recebe em seus braços o corpo do seu Filho, já morto. Braços que pegaram Jesus na gruta de Belém com enorme alegria, pois recebia o próprio Filho de Deus no colo. Agora recebe o santíssimo corpo de seu Filho Jesus, que gerastes, mas um corpo somente em matéria, pois neste não havia mis vida. Querendo com suas lagrimas curar as chagas de vosso amado filho, mas era impossível, pois tudo estava consumado, os homens com as suas injustas ações já haviam retirado a vida de Jesus.
Maria Santíssima, ó Senhora das Dores perdoai-nos, pois foi por nossos pecados que a Senhora perdeu vosso amado Filho e por suportar essa enorme dor. Há muitos calvários nos dias atuais tais acontecimentos nos fazem lembrar da sexta dor de Maria Santíssima, como um fato que ocorreu no dia 22 de março, deste ano, em uma escola judaica francesa de Toulouse, no sul da França, em que um rabino de trinta anos que ensinava nessa escola, seus dois filhos um de três e o outro de seis anos e uma terceira aluna de oito anos, foram mortos por tiros por um homem que ainda não foi descoberto. Essas mães passam pela mesma dor que Maria Santíssima, sentiu quando seu Filho foi morto e entregue em seus braços, ao invés de cravos e uma lança, foi usada uma arma, e o lugar da morte não era o próprio calvário, mas sim em uma escola judaica francesa. Assim como Maria, teve seu coração despedaçado essas mãe também sentiram o que Maria passou aos pés da cruz.
Nossa Senhora das Dores, rogai por nós.
                                                           Seminarista Junior José S. de Paiva

quarta-feira, 28 de março de 2012

5ª Dor: Aos pés da cruz



Ninguém olha mais de perto a Cruz do que Maria. Levando sobre seus ombros o enorme peso de suas dores, mesmo assim ela permanece de pé, como uma coluna inabalável, uma rocha firme. Mesmo tomada de profundas dores, ela não se desespera, permanece firme e guardando tudo em seu coração. Maria, a mulher do silêncio. Pouco ouvimos nos relatos evangélicos as palavras de Maria, mas mesmo em seu silêncio ela nos mostra e nos dá um grande exemplo.
Eis o cenário desta quinta dor, Jesus, o Filho que ela tanto ama, está suspenso em uma cruz, todo chagado, transpassado por cravos e todo ensangüentado. Poucos dos amigos de seu filho restaram, ficaram apenas, o discípulo amado, Maria Madalena e alguns outros. E ela, Maria, permanece de pé.
Aqui temos a contemplar uma nova espécie de martírio. Trata-se de uma mãe condenada a ver morrer diante de seus olhos, no meio de bárbaros tormentos, seu Filho inocente.
Todos o abandonaram,  até mesmo Pedro que disse que nunca o abandonaria, mas Maria ficou aos pés da Cruz com o Discípulo Amado.
Tu és a Mãe verdadeira e a Mãe que sinceramente ama, pois nem mesmo o horror da Morte pode separá-la do filho tão amado.
Que doloroso espetáculo se pode ver no calvário. Agonizante na cruz se encontra o Filho e tão perto quanto podia da cruz, a Mãe agoniza também, toda e profundamente compadecida das penas do filho.
Mas, Mãe, tu não está sozinha, pois também quantas Mães hoje sofrem e se compadecem dos sofrimentos dos filhos, que se encontram muitas vezes em situações tão adversas, como a doença.
 Mães que correm de hospital em hospital procurando atendimento para seu filho, mas não o encontra, devido ao mal sistema de atendimento público. Mas que mesmo diante de tamanhos desafios se encontram e permanecem de pé, firmes, muitas vezes com seus filhos nos braços esperando o atendimento digno.
 Essas Mães sofrem as dores dos filhos, como vós mesma sofrestes com seu Jesus, porque Maria não estava somente junto à cruz, digo mais, e com muita convicção que estavas na mesma cruz, crucificada com vosso Filho. Por isso Intercedei, Ó Mãe das Dores, por essas mulheres de fibra, que nunca se cansam de lutar por seus filhos.
Quando, uma mãe é obrigada a assistir um filho em agonia, procura dar-lhe todo alívio possível. Ajeita-o na cama, para que fique mais confortável, e dá a ele outros carinhos. Desse modo a pobrezinha vai disfarçando sua dor.  
Mas Mãe de todas a mais aflita! Ó Maria, é imposto a Vós assistir a Jesus que moribundo jazia na cruz mas não é de modo algum te permitido dar-lhe algum conforto, qualquer que fosse, até isso te foi negado.
Ouves teu filho bradar do alto da cruz que tinha sede, mas não lhe foi permitido dar-lhe nem um  pouco de água para saciar a sua sede. Podes somente dizer, como nos escreve São Vicente Ferrer: Meu filho, tenho tão somente a água de minhas lágrimas.
            A dolorosa Mãe não podia fazer nada para aliviar as dores de seu filho, queria consolá-lo em seus braços, mas não podia, queria abraçá-lo, mas até isso lhe foi negado. Por isso permanecia aos pés da cruz, compassiva dos sofrimentos do filho, mas não podendo fazer nada.
E nos diz são Bernardo a esse respeito, que "A plenitude das dores do coração de Maria derramou-se como uma torrente no Coração de Jesus. Sim, Jesus na cruz sofria mais pela compaixão de Sua Mãe, que por Suas próprias dores. Junto a cruz estava a Mãe, muda de dor; vivia morrendo, sem poder morrer".
            Nessas belas palavras está expresso, o que naquele dia se passou com a aflita Mãe. Qual Mãe que vendo o filho sofrer não quer tomar para si, os sofrimentos do filho para assim aliviá-lo? Também Maria o desejava de todo o coração, queria também  ela tomar parte na paixão de Jesus afim de ao menos por uns instantes deixar o filho isento dos sofrimentos que lhe afligiam desde a madrugada.
            Maria é, portanto, um modelo seguro de vivência da fé, pois nem mesmo a morte cruel do filho, a desviou do amor e da confiança em Deus, mas pelo contrário, foi a edificação da grande confiança que sempre teve nos planos de Deus.
            Munidos desta grande confiança manifestada por Maria no calvário, rezemos com Santo Afonso:
Ó aflitíssima entre todas as mães, morreu, pois, Vosso Filho tão amável e que tanto Vos ama. Chorai, que bem razão tendes para chorar. Quem poderia Vos consolar? Só pode dar-Vos algum consolo o pensar que Jesus com Sua morte venceu o inferno, abriu aos homens o paraíso, que lhes estava fechado, e fez a conquista de tantas almas. Do trono da cruz Ele reinará sobre tantos corações que, pelo amor vencidos, O servirão com amor.
Dignai-Vos, entretanto, ó minha Mãe, consentir que me conserve a Vossos pés, chorando convosco, já que eu, pelos meus grandes pecados, tenho mais razão de chorar que Vós. Ah! Mãe de Misericórdia, em primeiro lugar pela morte de meu Redentor, e depois pelo merecimento de Vossas dores, espero o perdão e a salvação eterna. Amém.

                                                          Seminarista Rutiero Ruan de Carvalho

terça-feira, 27 de março de 2012

4ª Dor: O encontro no caminho do calvário


“Diante de Deus e diante dos homens, a dor eleva sempre a alma que sabe suportá-la sem fraqueza.”

A dor a ninguém falta, e sofrida por amor de Deus, provoca louvores até do céu. Sem dúvida alguma o sofrimento da Mãe de Deus ao ver seu Jesus rumo ao calvário com a pesada cruz às costas nos permite dar a este sofrimento um caráter de inefável ternura e caridade da Virgem que cumprindo silenciosamente o projeto de Deus, entrega á morte seu Filho muito amado. A Senhora das Dores sabia aceitar o sofrimento com resignação e não se revoltava com o seu Senhor.
Estimados irmãos, peço que me ajudem com suas imaginações revivendo aqueles instantes de dor na vida da Santíssima Virgem, cada hora, que passava, lhe revolvia no coração a terrível espada de dor.
Os apóstolos traziam-lhe, notícias do que ia se passando quando Jesus foi preso. Disfarçados por entre a multidão, observavam tudo, e procuravam naturalmente consolar a aflita Mãe, dizendo: os inimigos de Jesus não conseguirão tirar-lhe a vida.
Aprofundemos mais naqueles momentos de angústia da aflita Senhora. Vinha um, contava a traição de Judas, as palavras que Jesus lhe dirigiu, a prisão com todas as suas circunstancias. Chegava outro relatando o que vira nos tribunais, insultos, blasfêmias, escarros e bofetadas.  Aparecia um terceiro dando informações minuciosas das ocorrências do pretório de pilatos, que relutava em condenar um inocente. Todas essas notícias enchiam a alma da desconsolada Mãe. Consternação e horror! Eram outros tantos punhais que lhe cravavam no coração.
Chega a notícia que Pilatos fraquejara diante do povo, que em massa exigia a morte de cruz daquele que se dizia Rei dos Judeus, e este já estava á caminho para o calvário levando a sua cruz.
Ao ouvir isto, podemos imaginar que Maria foi logo saindo como que dizendo vou ver meu filho agonizante. Provavelmente lançava ela um olhar de cruel angústia como que perguntando se é possível tamanho sofrimento, se é possível que matem seu filho inocente.
Imagine meus amigos, as dores daquela pobre Mãe! Cada passo que do caminho que percorre é uma fonte de lágrimas, uma tortura sem igual. Queria aproximar-se de seu filho, mas não lhe é possível. Imensa é a dor de Maria ao ver seu inocente filho passando com a cruz, em que seria pregado.
Entretanto não cai morta, conservava a vida, porque sofreria ainda muito mais.
Maria não fala, seus sentimentos são tantos que não cabem na palavra. Mas nós podemos imaginar que seu coração esmagado pelo peso da dor pulsava uma imensa tristeza: É meu filho que passa tão desfigurado! Sim, é o meu filho e o meu Deus!
Ao passar em frente a sua Santa Mãe, Jesus lança-lhe um terno olhar. Maria estende para ele os braços como que querendo abraçá-lo, entretanto um dos soldados a impede.
Estimados amigos! E Maria o que fez? Como procede, sendo vítima de tanta brutalidade? A mãe amargurada permanece silenciosa, mas convicta que seu filho caminha para o calvário, pois Deus assim o quer.
E nós! Será que ficaremos indiferentes ao que Maria nos ensina? Ficaremos de olhos enxutos e coração calado? Queremos viver alegres no meio do povo ingrato, divertindo-nos com o sofrimento de Jesus, que são os nossos pecados? Isso não cabe a nós, sendo cristãos, filhos de Maria. Tomemos cada um a sua cruz, isto é as dores, as tribulações, os trabalhos, os estudos complexos e intensos, as angústias. Soframos com resignação cristã toda e qualquer adversidade que vier. Assim poderemos dizer: estou seguindo a Jesus e Maria no caminho do calvário, e esperamos segui-los no caminho do céu.

                                                    Seminarista Plínio A. S. Almeida

segunda-feira, 26 de março de 2012

3ª Dor: A perda do menino Jesus no Templo



Estamos refletindo neste Setenário as dores de nossa amada Senhora. Esta pia devoção nos proporciona um verdadeiro encontro com o amor. O amor de uma Mãe pelo seu Filho. E ao mesmo tempo seu padecimento por causa deste. As sete dores da Virgem Maria são um convite para a nossa conversão e a nossa oração por tantas mães e senhoras que veem seu Filho na perdição e no afastamento de Deus e que na maioria das vezes, se encontram de mãos atadas, presas, sem poderem interferir na situação.

Hoje nos é proposto a reflexão sobre a Terceira Dor de Maria Santíssima. De longe este agudo gládio perfurou mais profundamente que os outros dois anteriores. Causou terrível dor, profunda angústia, prefigurou sua futura soledade. Qual mãe que não se vê aflita diante do afastamento e do desconhecimento de onde esteja seu querido filho? Se as mães de filhos simplesmente humanos choram e se desesperam diante de tal fato, quanto mais aquela amada Senhora que ao saber da perda de seu Santo Filho retorna apressadamente para buscá-lo e tê-lo de novo nos seus maternos braços.

O Evangelista Lucas nos relata esta terrível passagem. Pensar que foi descuido de São José e da Santíssima Virgem é um pensamento herético, assim como pensar que a pergunta feita por Maria ao Menino Jesus no templo foi uma admoestação, uma repreensão. Maria ao perguntar o porquê de ter feito aquilo com seus pais não adverte o Menino Deus, mas apenas demonstra o seu sentimento de angústia e desolação que sentiu ao longo daqueles terríveis e longos três dias de agonia. Quão terrível sentimento figurou naquele coração já traspassado por dois gládios! Foi a primeira vez que Maria ficou afastada de seu querido Menino desde seu nascimento. Que dura espada transpassou vosso terníssimo coração, ó Virgem Santíssima. Bem sabemos que o vosso amor e o vosso zelo por este precioso tesouro que o bondoso Deus vos confiou vos consumiram em dor e pranto neste momento em que perdestes vosso menino no Templo.

Mas eis que ainda tens um consolo ó Mãe! O encontrastes vivo, são e já exercendo prematuramente o seu ministério de doutor e de profeta. Quão esplendorosa sabedoria residia naquele menino, exclamavam os doutores e mestre do Templo. Que belos pais deveria ter para instruí-lo em tão santa doutrina e sábia palavra! De fato tinha bons pais. Por primazia, tinha o Pai celeste, dono da mais pura Verdade e do mais alto nível do conhecimento. Também por primazia tinha uma Santa Mãe, uma humilde serva que pelo seu silêncio e pelo seu temor a Deus magistrava seus conhecimentos em alto nível. Por último, tinha um zelador, um pai adotivo. Humano, mas sábio, justo como nos diz o Evangelho. Homem de bem, de moral e exemplo fiel do verdadeiro pai de família.

Meditar esta dor que agudamente assolou o Coração da Virgem é estarmos presentes e inseridos em uma realidade cruel e insensível. Maria é a figura de tantas mães que no desenrolar da história e da vida perdem seus filhos gerados com tanto amor, com tanto esmero e carinho. Ai de mim, ó Mãe, se quero comparar vossa terrível dor com a dor dessas pobres mulheres. Vós após três dias de agonia e de solidão encontrastes vosso amado Filho no Templo em Jerusalém. Estas pobres e infelizes mulheres perdem seus filhos, carne de sua carne, na maioria das vezes, por toda uma vida. Mães que se desesperam e se angustiam em tamanha medida que se sentem mortas, sozinhas e desamparadas. Mães que veem seus filhos vagarem pelo mundo da violência, pelo mundo dos vícios e da promiscuidade. Mães que de nenhuma maneira podem acorrer ao encontro de seus filhos para abraçá-los e reconduzi-los ao caminho do bem e da honestidade. Mães que veem seus filhos caírem em um precípio, mas por não poderem enxergar aonde pararam, ficam inertes e choram constantemente sua perda.

Mas vós, ó Maria, ensinais também uma preciosa lição para estas mulheres. Elas podem sim evitar o triste fim desta perda e assim como vós encontrarem seus filhos no Templo, sãos e salvos. Maria ensina que o bom caminho para um filho é uma boa educação pautada nos princípios e na moral do Senhor. Maria e José demonstram que quem ensina seu Filho a ir ao Templo, a freqüentar a Igreja, a amar o Senhor Deus, sem dúvida alguma, quando o perde de vista não o encontra em uma cadeia, em um presídio, muito menos nos vícios ou em um prostíbulo. A vida e a educação pautadas nos caminhos do Senhor conduzem a uma felicidade perene sem negligenciar a presença do sofrimento em nossas vidas. Maria, exemplo de Mãe e de mulher, não titubeou ao dar sua vida pelo projeto de Deus. Mas com seu sim, também assinou os sofrimentos que por conseqüência viriam.

A  Profecia do velho Simeão e a fuga para o Egito perseguida por Herodes não se equiparam a dor sentida por esta Senhora nesta ocasião. Nas duas primeiras, querendo ou não, Maria estava com seu Filho nos braços. Sentia o coração daquele indefeso menino pulsar de amor pela humanidade. Nesta ocasião é diferente. Se vê longe, afastada, sozinha, privada do contato com seu querido filho. Quisera eu ó Mãe, estar contigo neste sofrimento e amenizar com minha contrita presença o gládio que traspassou vosso terníssimo coração. Intercede Mãe, por aquelas senhoras que sentem diariamente o sofrimento da perda de seus filhos. Mostrai a elas o caminho que deve ser seguido, a atitude a ser tomada.

E quanto a nós, indignos pecadores, compadeçamos-nos deste terrível sofrimento que sentiu o coração de nossa amada Mãe. Façamos que com o nosso propósito e emenda de vida nos aproximemos dos sentimentos desta Senhora e com ela padeçamos suas dores.

“Ó querida Mãe, se por minha culpa Vosso Filho ainda não tornou à minha alma, fazei que eu O ache de novo. Bem sei que Ele Se faz achar por quem O busca. Mas fazei que eu O procure como devo. Vós sois a porta pela qual se chega a Jesus, farei que também eu chegue a Ele por meio de Vós. Amém.”

                                                                            Seminarista Lucas Alerson de Souza


domingo, 25 de março de 2012

2ª Dor: Fuga para o Egito


            Hoje, ó piedosíssima Senhora, contemplamos a tua segunda dor, perdoaste hoje, ó dulcíssima Mãe a tua pátria. Teu amantíssimo Filho já não está mais seguro Senhora, nem sua terra natal. Podemos aqui mencionar a frase que teu Filho disse: nenhum profeta é bem aceito em sua terra. O Profeta dos profetas, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, incomoda ao ponto de quererem matá-lo. Não podemos nos esquecer do principal detalhe para nos horrorizamos como pedido, pois o que se pede é o sangue de um recém nascido, envolto nos braços de sua dileta Mãe. Tão pequeno e já incomoda o Senhor dos homens que veio ao encontro deles, e isso os amedronta.
          Agora, Mãe das Dores, fugi com teu menino, desterraio, para que Ele novamente se ache em segurança, pois com certeza, Senhora, teu coração deve ter-se  feito em pedaços. Quando, Senhora, contemplamos teu tão pequeno Menino que estava ameaçado, que nós então, Mãe, possamos nos colocar em seu lugar e imaginar, ainda que não totalmente, o teu desespero. Que também nós, ó Mãe, tenhamos esta disponibilidade de deixar a nossa terra para irmos onde o Senhor nos chama, para seguirmos nossa vocação.
        Bem sabemos como é difícil deixar o lar, a nossa família, nossa cidade, e aventurarmo-nos no deserto da vida, mas é somente diante de um deserto que nós nos desvendamos, pois é no latente silêncio ensurdecedor que conseguimos chegar a Jesus. Este silêncio não é somente um silêncio físico, auricular. O deserto ao qual me refiro é nossa alma, e o silêncio deve ser encutido na mesma, a qual se encontra perdida em meio à aridez do mundo. O silêncio é a chave para se falar com Jesus.
           E é sob essas dores, que Maria nos ensina, nos inspira a silenciarmo-nos, Maria não se desespera, mas pelo contrario, sua alma fulgurava cada vez mais ao realizar a vontade do Senhor.
            Que neste mesmo fulgurar de Maria, possamos também nós, encontrarmo-nos novamente e sair do desterro ao qual nos levou o pecado, para que possamos retornar a pátria celeste. Numa breve comparação com o êxodo, podemos aqui refletir que o Senhor sempre resgata seu povo, levando a uma terra de paz, onde emana  leite e mel, que também nós, sejamos atentos aos caminhos aos quais nos aponta o Senhor.

              Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Seminarista Jonathan Geraldo da Silva

sábado, 24 de março de 2012

1ª Dor: A Profecia de Simeão

“Uma espada de dor traspassará a tua alma”

            Diante da necessidade do reavivamento e fortalecimento de nossa fé cristã católica a Igreja proporciona-nos momentos de profunda meditação sobre as passagens que nos revelam o mistério profundo da redenção. E é, sobretudo nesse tempo quaresmal que as manifestações de tão grandes e afetuosas reflexões são por nós rememoradas e revividas em nossos corações. São legados de fé que continuam surtindo efeitos positivos nas mentes e nos corações do povo de Deus que se reúne em perfeita harmonia de espírito nesse tempo favorável. Hoje, em nosso Seminário iniciamos com grande entusiasmo, profundo ardor e espírito de contemplação a meditação sobre as sete dores de Maria Santíssima. A imagem da servidora fiel, da virgem do silêncio, da Mãe dolorosa, perpassa nosso interior lançando profundos questionamentos que só podem ser compreendidos se o analisarmos com o coração. Mas, não um coração emperrado no materialismo do mundo, mas um coração amarrado aos ensinamentos do Divino Mestre que fez e faz maravilhas em nosso meio.
            É Lucas que no capítulo segundo de seu evangelho relata-nos a primeira dor de Virgem Maria. É no relato da profecia de Simeão, precisamente nos versículos de 25 ao 35 que podemos meditar tão grande dor. Nessa passagem encontramos um homem, que conforme nos relata o evangelho estava próximo da morte. Simeão lança seu olhar no Menino Deus e profere palavras de louvor ao Deus Criador. Naquele instante a sua vida encheu-se de completude, pois, o Completo estava naquele momento em seus braços. Não podemos deixar de repensar nos valores adquiridos em nossa sociedade nos dias atuais. O mundo segue cada vez mais para um precipício da valorização do puramente material. Digo isso no sentido profundo das mentalidades que hoje se manifestam em nosso meio social e intelectual. Quantos são os pensadores contemporâneos que negam a experiência divina e colocam todas as suas necessidades, vivências e supostas explicações de mundo na materialidade. São incapazes de admitir uma força superior que tudo gera e faz viver. São ateus militantes que marcham em prol da destruição dos valores religiosos que tanto bem fazem ao nosso povo. Valores como solidariedade, esperança, amor fraterno são deixados de lado. Pois, o que vale nessa forma de pensar é o que podemos abordar nesse mundo concreto, e nada mais. Mas o velho Simeão soube vivenciar com fé a proposta libertadora. Para ela a vida sempre teve sentido, pois, ela era pautada na visão de infinito. Simeão escolheu a melhor parte. Que saibamos também nós pautarmos nossas vidas na dimensão do Eterno. Convido a vocês prezados irmãos de caminhada vocacional, a refletir comigo quais atitudes devemos rever em nossa formação. Que pontos devemos analisar em nosso cotidiano. De quais sentimentos devemos desvencilhar-nos. Pois se encontramos em nossa vocação uma felicidade puramente material, então algo se encontra de errado em nossa vida. A fonte eterna deve consistir nosso foco. É por crer na vida eterna e na proposta vivificadora de Cristo manifestada no cerne da Igreja que assumimos essa missão de estar em constante formação. Não nos formamos para nós, mas para o projeto do Salvador.
            Mas, a missão de Simeão não era somente a de contemplar o amor do Criador manifestado naquele menino. Juntamente com a graça de poder trazer nos braços o Salvador, estava a difícil missão de comunicar aquela jovem os difíceis caminhos que ela iria percorrer. Que recado penoso de ser der transmitido. Que desconforto sentimos quando somos portadores de notícias desagradáveis. Mas o Menino o deu forças, Simeão profetizou sem medo. “Uma espada traspassará a tua alma”. Em curtas palavras se anunciara os sofrimentos de uma mãe. Naquele instante a Mãe já não olhara o menino com os mesmos olhos. Nuca mais ela poderá acariciá-lo sem preocupações. Ela estava condenada a sofrer desde aquele instante. Imagino que ao acariciar aquelas pequeninas mãos, Maria já sentia as marcas dos pregos que iriam perfurar aquelas puras e santas mãos no tempo futuro. Que sofrimento Maria. Ó quão grande é sua perturbação interior. Poderíamos aqui acrescentar oração e súplicas pelos sofrimentos de tantas mães que sofrem com o padecimento de seus filhos. Mas, proponho humildemente que supliquemos e rezemos por nossas mães e pelas mães de tantos outros seminaristas que aceitam de bom coração entregar seus filhos para serem fiéis colaboradores do projeto de Cristo. Rezemos por essas mães que não medem esforços para que seus filhos sigam essa dimensão de discípulos-missionários da Igreja de Jesus Cristo.
            Simeão profere algo de profunda importância para nós seminaristas. E de modo muito especial para nós que vivenciamos essa atual realidade de mundo: “Eis que este menino foi posto para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição” Lc. 2,34. “Sinal de contradição” é o que proponho como ponto de reflexão. O mundo que nos é apresentado demonstra-nos um forte embasamento na visão antropocêntrica. É o homem que deve permanecer no centro de tudo. Mas não entendamos o homem como sendo a humanidade, mas, sobre a perspectiva de uma visão puramente subjetiva que supervaloriza o egoísmo exagerado. Valores manifestados pela influência capitalista, onde o prazer e o ter se fundem em uma só visão. Insere-se neste tempo uma visão solipsista onde o eu é enaltecido e o resto nada existe. Bem sabemos que nessa visão a proposta do salvador continua sendo sinal de contradição. Que saibamos ter garra, persistência e sobretudo esperança e confiança em Deus. Pois, somente assim conseguiremos atuar nessa sociedade tão sedenta dos reais valores do amor. Aos olhos dos insensatos poderemos estar almejando uma loucura, mas, nenhum tormento será capaz de atingir tão grande ideal de libertação.
            Findo minha humilde e pequena reflexão rogando a virgem das Dores perseverança e força para nossa caminha de vocacionados. Para que por suas dores sejamos fortalecidos na missão. Pedindo também a ela especial proteção para essa casa de formação que esse ano comemora seus cinquenta anos de serviço e amor a Igreja. Ó Senhora das Dores e Rainha dos mártires sede nossa Mãe nos momentos de tribulação e socorre-nos nos momentos de aflição. Amém!

Seminarista Jorge Wilson Carvalho Fonseca

Setenário das dores


Na manhã deste sábado, 24 de março, o espírito de nosso Seminário Diocesano São Tiago, religiosamente se pertubará, em tarcitunidade, calmaria, para o interior da própria alma. Terá início o Ofício do Setenário das Dores de Nossa Senhora. Momento profundo no qual meditaremos piedosamente as Sete Dores da Santíssima Virgem.
O Setenário é uma tradição muito antiga que nos ajuda a preparar para a mais importante semana do Cristianismo (Semana Santa). Em nosso Seminário é realizado o Ofício do Setenário com o intuito de gerar um clima adequado para a reflexão sobre as angústias que envolveram o terno coração da desconsolada Senhora das Dores.
Durante estes dias em que iremos rememorar a contrista alma da Mãe do Redentor ao ver o padecimento de seu Filho muito amado, você estimado leitor, poderá acompanhar uma série de artigos especiais, uma reflexão aprofundada acerca de cada dor da aflitíssima Senhora.

domingo, 11 de março de 2012

Primeiro Encontro Vocacional de 2012



Ó dignidade venerável a dos sacerdotes, entre cujas mãos o Filho de Deus encarna, como encarnou no seio da Virgem!
                                                                                   (Santo Agostinho)


            “O Seminário São Tiago, há cinquenta anos vem formando padres para a nossa Diocese de São João del Rei”. Com o intuito de dar continuidade a missão de levar Cristo à todas as gentes como nos propõe o lema gravado no brasão (Christum ferent), entre os dias 09, 10 e 11 de março foi realizado o primeiro Encontro Vocacional deste ano jubilar.
            Diante das inúmeras ruínas que se defronta nosso olhar ao ver um mundo tão cheio de problemas e conturbações, Deus ainda suscita vocações que não fazem profissão de saber outra coisa senão a Jesus Cristo, como nos diz o Apóstolo Paulo.
            São pessoas que doam suas vidas por amor como ajunta São Bernardo, quem ama a Deus só pensa em o amar e não deseja outra coisa: “Quia amat, amat, et aliud novit nihil”.
            Damos graças a Deus pela presença de 12 jovens procedentes de várias paróquias de nossa Igreja Particular. Durante esses dias, os vocacionados puderam discernir mais profundamente sobre a vocação a eles acreditada por Cristo. Os jovens partilharam a caminhada vocacional e experiências de vida. Além dos momentos de lazer, convívio e oração, houve também palestras ligadas a temática desse primeiro encontro que pautou-se na questão existencial:“Quem sou eu?”.      
            O encontro proporcionou aos jovens encontristas um clima favorável para que pudessem interiorizar o tema proposto. Muitos desses encontristas ainda são adolescentes, mas já estão abertos às inquietações da vida e tentam discernir um possível chamado para a vida eclesial.
      Um dos momentos ápice do encontro se deu com a celebração da Santa Missa de encerramento que foi presidida pelo Rvmo. Pe. Álisson André Sacramento, atual reitor do Seminário na casa de formação em São João del Rei. A homilia versou principalmente a importância de utilizarmos os mandamentos de Deus, sobretudo neste tempo quaresmal, tempo de mudança de vida, tempo de nos colocarmos a disposição ao novo que nos restitui o contentamento e a esperança que nos anima em nossa caminhada de fé.
      Cheios de júbilo pelo quinquagésimo aniversário de nosso Seminário Diocesano e com imenso ardor missionário caminhamos avante incitando a você caro leitor que se sente escolhido por Deus a dar prosseguimento ao seu projeto salvífico para participar dos próximos encontros ao longo do ano.

“De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o primeiro passo, e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor.”
                                                                                                    Bento XVI

Seminarista Plínio A. S. Almeida

domingo, 4 de março de 2012

Celebração da CF 2012 em nosso Seminário


Neste último domingo, dia 5 de março tivemos um encontro de formação para os seminaristas sobre a Campanha da Fraternidade 2012 que tem como proposta discutir a realidade da saúde no Brasil e a melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população.
O acontecimento teve início às 14:30h com uma oração que nos ajudou a refletir sobre a realidade da saúde. Em seguida, a partir da metodologia da Campanha (Ver, Julgar e Agir) foram abordados os temas: “Histórico da saúde pública em nosso país, SUS – Sistema Único de saúde, Igreja e saúde, A sociedade e a saúde pública, A política e a saúde pública, A economia e a saúde pública, A cultura e a saúde pública”. Esses temas foram fundamentados no texto base e o DVD da CF 2012.
 Ficou evidente que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos atenta para três conceitos importantes e essenciais na campanha deste ano: o cuidado com o enfermo, a prática de hábitos de vida saudável e a exigência de melhoria no sistema público de saúde, com atenção especial ao SUS. É importante ressaltar também que mais da metade das “Metas para o Milênio” estão ligadas a saúde. Entre elas estão: “Reduzir a mortalidade infantil, Melhorar a saúde das gestantes, Combater as epidemias e doenças e garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente”.
 “A Campanha da Fraternidade indica propostas bem concretas que exigem a colaboração de todos para que a vida de nossa sociedade seja melhor e os problemas principais da saúde pública sejam superados. Vale lembrar, que não cabe à Igreja resolver os problemas de saúde da população, isso é uma questão de políticas públicas em âmbito federal, estadual e municipal”.
Seminarista Plínio A. S. Almeida

Retiro espiritual

“Diante do espírito tudo se cala, somente Deus fala”
                                                                 (Santa Teresinha)
            Parar um pouco e refletir sobre a própria vida e a vocação, deixar de lado a vida conturbada, complicada e ter como princípio a oração, a meditação, a reflexão e o silêncio, tendo assim um encontro mais profundo com Deus.
            Devido vivermos em meio a uma sociedade tumultuada, muitas vezes não nos permitimos escutar o nosso interior, deixando-nos tocar pelo silêncio, acumulando força para desempenharmos com fé e coragem a missão que Deus nos confiou.
            Retiro é um recolher-se é um afastar-se das atividades cotidianas voltando o pensamento para o Senhor e fortalecendo a fé. Jesus, em vários momentos de sua vida saía para rezar, experimentava o silêncio, a meditação. Santa Teresinha nos adverte que somente quando nos silenciamos e deixamos ser tocados pelo Espírito é que podemos ouvir a Deus.
Sendo o Retiro Espiritual um momento oportuno para confrontarmos a nossa vida com a vida de Jesus que nos dias 29 de fevereiro e 01, 02,03 de março foi promovido um Retiro com os seminaristas do Seminário São Tiago que envolveu as casas de formação de Juiz de Fora (Teologia) e São João del Rei (Propedêutico e Filosofia).
O retiro aconteceu na cidade de Barbacena, no Convento das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias. Teve como orientador o escritor, compositor e poeta, Antônio Carlos Santini. 

Foram iniciadas as atividades com a celebração da Santa Missa de abertura que foi presidida pelo reitor do Seminário na casa de Juiz de Fora Pe. Antônio Carlos Trindade. Em sua homilia, o Padre destacou a importância do tempo da quaresma e focou Deus como Pai que ama, corrige, ensina e envolve. No final da celebração justificou sua ausência durante o encontro e comunicou a presença do reitor do Seminário em São João del-Rei, Pe. Álisson André Sacramento.

Santini em suas reflexões abordou temas como: “A voz do silêncio, Um Deus que chama, Ruptura, Vocação versus Objeção, Sofrimento, Seguir Jesus, Deus é amor e o Compromisso de evangelizar”. No início de cada reflexão éramos convidados a ouvir uma música que nos trazia mensagens sobre o tema a ser abordado. Muitas dessas músicas eram de sua própria autoria e interpretadas por cantores renomados no meio católico. Ao final passávamos pelo “deserto” entendendo a plenitude da fé e da Palavra de Deus.

Durante esses dias de refúgio, rezamos as horas canônicas, recitamos o santo rosário e adoramos Jesus Eucarístico. Foram momentos propícios para um crescimento maduro e necessário para nossas vidas. Momentos que não são proporcionados nos dias atuais em que a rapidez das informações e o ruído dos afazeres do cotidiano nos impedem de escutar e estar sempre com Deus.

O Retiro foi encerrado na manhã do sábado, dia 03 de março, com uma missa presidida pelo reitor da casa de formação em Juiz de Fora, padre Antônio Carlos e concelebrada pelo reitor da casa de formação em São João del Rei, padre Álisson Sacramento. Durante o almoço foram feitas homenagens às irmãs Franciscanas e ao orientador Antônio Carlos Santini.

Seminarista Plínio A. S. Almeida