quarta-feira, 29 de junho de 2011

Papa Bento XVI: 60 anos de Ordenação Sacerdotal




Nesta manhã de 29 de junho, o Papa Bento XVI, ao celebrar a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, em Roma, celebrou também os seus 60 anos de ordenação sacerdotal. Deixamos aqui em nosso blog alguns trechos da sua homilia nesta comemoração.


"Passados sessenta anos da minha Ordenação Sacerdotal, sinto ainda ressoar no meu íntimo estas palavras de Jesus, que o nosso grande Arcebispo, o Cardeal Faulhaber, com voz um pouco debilitada, mas firme, nos dirigiu, a nós novos sacerdotes, no final da cerimônia da Ordenação. Segundo o ordenamento litúrgico daquele tempo, esta proclamação significava então a explícita concessão aos novos sacerdotes do mandato de perdoar os pecados. «Já não sois servos, mas amigos»: eu sabia e sentia que esta não era, naquele momento, apenas uma frase de cerimônia; e que era mais do que uma mera citação da Sagrada Escritura. Ele me chama de amigo. Acolhe-me no círculo daqueles que receberam a sua palavra no Cenáculo; no círculo daqueles que Ele conhece de um modo muito particular e que chegam assim a conhecê-Lo de modo peculiar"


"Já não sois servos, mas amigos", "situa-se no contexto do discurso sobre a videira. O Senhor exorta-nos a superar as fronteiras do ambiente onde vivemos e levar ao mundo dos outros o Evangelho, para que permeie tudo e, assim, o mundo se abra ao Reino de Deus. Isto pode trazer-nos à memória que o próprio Deus saiu de Si, abandonou a sua glória, para vir à nossa procura e trazer-nos a sua luz e o seu amor. Queremos seguir Deus que Se põe a caminho, vencendo a preguiça de permanecer cômodos em nós mesmos, para que Ele mesmo possa entrar no mundo."


Segue abaixo a oração que o Papa compôs especialmente para este dia:


Senhor,
nós vos agradecemos
porque abristes o coração para nós;
porque na vossa morte e na vossa ressurreição
vos tornastes fonte de vida.
Fazei que sejamos pessoas viventes,
viventes da vossa fonte,
e dai-nos o poder de sermos também nós fontes,
ao ponto de doar a este nosso tempo
água da vida.
Vos agradecemos
pela graça do ministério sacerdotal.
Senhor, abençoai-nos
e abençoai a todos os homens do nosso tempo
que estão sedentos e na procura.
Amém.

Benedictus PP XVI
1951 – 29 junho – 2011
60° de Ordenação Sacerdotal

Ad multos annos, Santo Padre!













quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpo e Sangue de Cristo



Nesta quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade, comemoramos a solenidade de Corpus Christi, festa na qual celebramos a instituição da Eucaristia. A palavra Corpus Christi é de origem latina e significa ''Corpo de Cristo'', e a data foi oficializada pela Igreja em 1264, após ter sido divulgada e muito defendida por São Tomás de Aquino.

Esta solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, começou a ser celebrada na cidade de Liége, na Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV, através da bula ''Transiturus''. O Código de Direito Canônico, recomenda a procissão com o Santíssimo Sacramento: "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo".

É preciso que saibamos compreender que a Eucaristia é o próprio Cristo que se sacrificou e entregou o seu corpo para nossa salvação, é o que mais nos aproxima de Deus, sinal de infinito amor e unidade. Este alimento fonte e ápice de toda a vida cristã, é que nos fortalece e nos motiva a continuarmos nesta caminhada cheia de dificuldades, mas qua nunca supera a força revigoradoura do memorial da paixão e morte de Jesus Cristo.

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, também nos diz que:

'' Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com Ele. Ele encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a Celebração Eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.''

Nós católicos a exemplo dos santos, de modo mais direto a exemplo de São Tomás de Aquino, que no mais íntimo do seu coração vai dizer o famoso canto do "Pange Lingua", que apesar de ser um dos mais belos cantos da Igreja, ainda não consegue expressar totalmente tal mistério, pois este como é o próprio Cristo em corpo, alma e divindade, faz-se insondável.

Que neste dia nossos corações estejam abertos para comungar deixando que a graça do Senhor perpasse nossas vidas, perpasse o mais profundo de nosso ser, fazendo-nos criaturas novas.

Que você, meu irmão e minha irmã, baseados nas palavras de Bento XVI, possam participar fervorosamente desta grande solenidade de nossa Santa Igreja:

“Que esta solenidade inflame em nós o respeito e o amor pela Eucaristia, fonte inexaurível de graça”, disse, em polaco, durante a audiência pública desta semana, na Praça de São Pedro, Vaticano. O Papa também aludiu às celebrações da Missa e às procissões que acontecem neste dia, esperando que os fiéis se unam “a este ato de profunda fé para com a Eucaristia, que constitui o mais precioso tesouro da Igreja e da humanidade”.









Sem. Samuel Carvalho Detomi
Sem. Jonathan Geraldo da Silva


REFERÊNCIA:www.agencia.ecclesia
www.catequisar.com.br

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Solenidade de Corpus Christi




Amados irmãos e irmãs, a Eucaristia está na origem de toda a forma de santidade, sendo cada um de nós chamado à plenitude de vida no Espírito Santo. Quantos santos tornaram autêntica a própria vida, graças à sua piedade eucarística! De Santo Inácio de Antioquia a Santo Agostinho, de Santo Antão Abade a São Bento, de São Francisco de Assis a São Tomás de Aquino, de Santa Clara de Assis a Santa Catarina de Sena, de São Pascoal Bailão a São Pedro Julião Eymard, de Santo Afonso Maria de Ligório ao Beato Carlos de Foucauld, de São João Maria Vianney a Santa Teresa de Lisieux, de São Pio de Pietrelcina à Beata Teresa de Calcutá, do Beato Pedro Jorge Frassati ao Beato Ivan Merz, para mencionar apenas alguns de tantos nomes, a santidade sempre encontrou o seu centro no sacramento da Eucaristia.

Por isso, é necessário que, na Igreja, este mistério santíssimo seja verdadeiramente acreditado, devotamente celebrado e intensamente vivido. A doação que Jesus faz de Si mesmo no sacramento memorial da sua paixão, atesta que o êxito da nossa vida está na participação da vida trinitária, que nos é oferecida n'Ele de forma definitiva e eficaz. A celebração e a adoração da Eucaristia permitem abeirar-nos do amor de Deus e a ele aderir pessoalmente até à união com o bem-amado Senhor. A oferta da nossa vida, a comunhão com a comunidade inteira dos crentes e a solidariedade com todo o homem são aspectos imprescindíveis da logiké latreía, ou seja, do culto espiritual, santo e agradável a Deus (Rm 12, 1), no qual toda a nossa realidade humana concreta é transformada para glória de Deus. Convido, pois, todos os pastores a prestarem a máxima atenção à promoção duma espiritualidade cristã autenticamente eucarística. Os presbíteros, os diáconos e todos aqueles que exercem um ministério eucarístico possam sempre tirar destes mesmos serviços, realizados com solicitude e constante preparação, força e estímulo para o seu caminho pessoal e comunitário de santificação. Exorto todos os leigos, e as famílias em particular, a encontrarem continuamente no sacramento do amor de Cristo a energia de que precisam para transformar a própria vida num sinal autêntico da presença do Senhor ressuscitado. Peço a todos os consagrados e consagradas para manifestarem, com a própria existência eucarística, o esplendor e a beleza de pertencer totalmente ao Senhor.

No início do século IV, quando o culto cristão era ainda proibido pelas autoridades imperiais, alguns cristãos do norte de África, que se sentiam obrigados a celebrar o dia do Senhor, desafiaram tal proibição. Foram martirizados enquanto declaravam que não lhes era possível viver sem a Eucaristia, alimento do Senhor: « Sine dominico non possumus – sem o domingo, não podemos viver ».(252) Estes mártires de Abitinas, juntamente com muitos outros santos e beatos que fizeram da Eucaristia o centro da sua vida, intercedam por nós e nos ensinem a fidelidade ao encontro com Cristo ressuscitado! Também nós não podemos viver sem participar no sacramento da nossa salvação e desejamos ser iuxta dominicam viventes, isto é, traduzir na vida o que celebramos no dia do Senhor. Com efeito, este é o dia da nossa libertação definitiva. Então porquê maravilhar-se quando desejamos que cada dia seja vivido segundo a novidade introduzida por Cristo com o mistério da Eucaristia?

Que Maria Santíssima, Virgem Imaculada, arca da nova e eterna aliança, nos acompanhe neste caminho ao encontro do Senhor que vem! N'Ela encontramos realizada, na forma mais perfeita, a essência da Igreja. Esta vê em Maria, « Mulher eucarística » — como A designou o servo de Deus João Paulo II (253) —, o seu ícone melhor conseguido e contempla-A como modelo insubstituível de vida eucarística. Por isso, preparando-se para acolher sobre o altar «verum corpus natum de Maria Virgine – o verdadeiro corpo nascido da Virgem Maria», o sacerdote, em nome da assembleia litúrgica, proclama com as palavras do cânone: « Veneramos a memória da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe do nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo ».(254) O seu nome santo é invocado e venerado também nos cânones das tradições orientais cristãs. Por sua vez, os fieis « recomendam a Maria, Mãe da Igreja, a sua existência e trabalho. Esforçando-se por ter os mesmos sentimentos que Maria, ajudam toda a comunidade a viver em oferta viva, agradável ao Pai ».(255) Ela é a Tota Pulchra, a Toda Formosa, porque n'Ela resplandece o fulgor da glória de Deus. A beleza da liturgia celeste, que deve refletir-se também nas nossas assembleias, encontra n'Ela um espelho fiel. D'Ela devemos aprender a tornar-nos pessoas eucarísticas e eclesiais para podermos também nós apresentar-nos, segundo a palavra de São Paulo, « imaculados » perante o Senhor, tal como Ele nos quis desde o princípio (Col 1, 22; Ef 1, 4).

Por intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, o Espírito Santo acenda em nós o mesmo ardor que experimentaram os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) e renove na nossa vida o enlevo eucarístico pelo esplendor e a beleza que refulgem no rito litúrgico, sinal eficaz da própria beleza infinita do mistério santo de Deus. Os referidos discípulos levantaram-se e voltaram a toda a pressa para Jerusalém a fim de partilhar a alegria com os irmãos e irmãs na fé. Com efeito, a verdadeira alegria é reconhecer que o Senhor permanece no nosso meio, companheiro fiel do nosso caminho; a Eucaristia faz-nos descobrir que Cristo, morto e ressuscitado, Se manifesta como nosso contemporâneo no mistério da Igreja, seu corpo. Deste mistério de amor fomos feitos testemunhas. Os votos que reciprocamente formulamos sejam os de irmos cheios de alegria e maravilha ao encontro da santíssima Eucaristia, para experimentar e anunciar aos outros a verdade das palavras com que Jesus Se despediu dos seus discípulos: « Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos » (Mt 28, 20).

Papa Bento XVI - Exortação Apostólica "Sacramentum Caritatis" - Sobre a Eucaristia

terça-feira, 21 de junho de 2011

Modelo e Protetor da Juventude




São Luís Gonzaga

Luís nasceu no dia 09 de março de 1568, em Mântua, Itália. Seu pai, Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e irmão do duque de Mântua, desejava que seu primogênito, seguisse seus passos na vida militar.

Para isso o pequeno Gonzaga recebeu educação esmerada frequentando os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: corte dos Médici, em Florença; corte de Mântua; corte dos Habsburgos, em Madri.

Contudo, aquele menino daria fama à família Gonzaga com armas totalmente diferentes e quando foi enviado a Florença, na qualidade de pajem do grão-duque da Toscana, aos dez anos de idade, imprimiu em sua própria vida uma direção bem definida, voltando-se à perpétua virgindade.

Após ter recebido a primeira comunhão das mãos de São Carlos Borromeu, decidiu, para surpresa de todos, pela vida consagrada, na Companhia de Jesus, derrubando por terra os interesses de seu pai, que o despachou para as cortes de Ferrara, Parma e Turim. Mais tarde, Luís escreveu: "Também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fétidas".

Renunciando ao título e à herança paternos Luís, aos catorze anos, entrou no noviciado romano, sob a direção de São Roberto Belarmino, esquecendo totalmente sua nobreza e escolheu para si as incumbências mais humildes, dedicando-se ao serviço dos doentes, sobretudo na epidemia que atingiu Roma em 1590.

Luís, morreu durante o 4º ano de Teologia no dia 21 de junho de 1591, com apenas 23 anos de idade, provavelmente tendo contraído a terrível doença: foi assim mártir da caridade e a Igreja o proclamou patrono da juventude e recentemente também protetor das vítimas da AIDS.

Oração a São Luís Gonzaga

São Luís Gonzaga que vivestes a vossa juventude, buscando agradar a Deus e ao próximo, através de uma vida de castidade e pureza de coração, olhai para a nossa juventude e conservai nela os sentimentos de nobreza de alma, que sempre animaram a vossa vida.

Que os jovens sempre encontrem o caminho da verdade e do bem, seguindo os apelos de Deus, vivendo com alegria e entrega de sua vocação.

Sejai sempre para eles, o modelo de seguidor de Cristo, no amor total e exclusivo, em favor de Seu Reino. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Fontes:
http://www.saoluis.org.br
http://a-grande-guerra.blogspot.com

sábado, 18 de junho de 2011

A síntese do amor




A referência maior na realização das pessoas é o amor. Não qualquer amor, mas aquele entendido e qualificado pela dimensão comunitária, humano e isento de qualquer egoísmo. Ele é a síntese da relação existente na Santíssima Trindade.

O amor está envolvido num mistério que ultrapassa os limites do humano e do físico. Ele é insustentável se não se envolve com o nível sobrenatural de fé, com a adesão ao mistério que aparece no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

O verdadeiro amor é de bondade. Nunca de vingança, de proveito egoísta e de exploração. É compassivo e misericordioso. O mal tem fim, e a misericórdia é duradoura. O amor é a síntese de tudo isto, trazendo como consequência, a felicidade plena.

Um dado imprescindível do verdadeiro amor é a fidelidade. Assim podemos dizer que o amor é um dom, é a superação das contradições e de tudo aquilo que chamamos de cadeia do egoísmo. A expressão concreta da liberdade vivida com responsabilidade.

Uma das marcas do amor é a alegria, a vivência concreta e saudável de uma vida feliz. Fidelidade duradoura, de compromisso, paixão pelo que realiza e de partilha de pensamentos e sentimentos. Isto não é uma realidade matemática, mas de investimento pessoal.

Toda pessoa deveria ser alguém que ama e que é amada. Nem sempre isto acontece porque falta a fidelidade mútua no amor. Com isto ele se enfraquece e perde sua identidade. Creio que podemos até dizer que um solitário não ama.

A Festa da Santíssima Trindade é a festa do “Deus amor”, Deus comunidade, de um amor que transborda e chega até nós. Amar é doar-se, é sair de si com ações de verdade. É nisto que nos tornamos “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1, 26).

Há alguns traços que são de quem verdadeiramente ama: bondade, fidelidade, comunicação, espírito comunitário, diálogo etc. A relação existente na Trindade Santa faz com que Deus seja único. Entre nós, mesmo com todas as imperfeições, não deve ser diferente.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto - SP

Artigo publicado no site da CNBB

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Responder ao amor do Coração de Jesus

“Aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração e vós encontrareis descanso para vossas almas” (Mt.11,29)




Palavras confortadoras essas de Jesus, porque nos garantem um lugar, uma morada permanente em seu coração. É nessa certeza que vivenciamos todo esse mês de Junho, em que a Igreja dedica suas orações com maior intensidade ao Sagrado Coração de Jesus. Coração manso e humilde, disposto a amar sem medidas, ágape por excelência. Coração que acolhe, conforta, redime, salva e ensina.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus iniciou-se com Santa Margarida Alacoque quando, na oitava de Corpus Christi do ano de 1675, o Senhor Jesus manifestou-se a ela com o peito aberto apontando para coração e dizendo a ela: “Eis o Coração que tem amado tanto os homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.

Essas palavras brotam de um coração que só tem por desejo nos amar incondicionalmente, mesmo quando tantos se fecham a esse amor. Nesse coração aberto encontramos repouso quando estamos cansados, encontramos soluções para os problemas da vida, encontramos a cura quando estamos machucados.

Essa confiança que brota do coração do cristão como resposta ao amor de Jesus encontra em suas próprias palavras motivo de uma entrega total e verdadeira, pois é ele que nos diz “Vinde a mim vós todos que estais cansados sob o peso de vossos fardos e eu vos darei descanso” (Mt11,28). E também quando nos fala: “Se alguém tem sede venha a mim e beba” (Jo 7,37).

Quando vemos na imagem do Coração de Jesus uma coroa de espinhos e uma ferida aberta, vemos os próprios crimes da humanidade a dilacerar esse coração que, não se prendendo à nossa ingratidão, ama até mesmo aqueles que insistem em negá-lo e distanciar-se dele. Do contrário, percebemos que grandes tesouros ele nos dá e destaco especialmente o Mandamento Novo e a Eucaristia.

O amor certamente é o maior empreendimento que podemos realizar e que pode estar em nossas relações humanas. Vindo de Deus, esse amor torna-se algo magnânime e perfeito, porque está além daquele amor que expressamos na nossa humanidade.

Percebemos essa intensidade quando o próprio Jesus diz : “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo”(Jo15,9) e com isso nos dá a lição “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15,13), e para nos provar que não se trata de algo utópico: Como amasse os seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo”(Jo 13,1). E São João na sua primeira carta nos testemunhará: “Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós”(1Jo3,16) e São Paulo: “(Jesus) me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20).

Ouvir e sentir em nossos corações a batidas e pulsações do Coração de Cristo nos pedindo: “Amai-vos um aos outros como eu vos amei”(Jo 13,34) e cumprindo esse pedido que ele nos faz, sentimos nossos corações como os corações dos discípulos de Emaús e nos perguntaremos: “Não ardia nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?” (Lc24,32).

Nossos corações ardem e se inflamam ainda mais quando participamos da Sagrada Eucaristia. Uma união intima acontece: Coração de Cristo e Coração do homem que, num gesto de reciprocidade, se tornam um e se abrem, juntos, ao Amor.

Coração de Cristo, manso e humilde; coração do homem, pobre e soberbo: de uma dualidade acontece a unidade no coração daqueles que, recebendo a Jesus, querem a todo momento doar-se aos irmãos e santificar-se cotidianamente.

Paulo VI já nos dizia: “Nosso primeiro desejo é uma participação mais intensa do Sacramento do altar. Venha honrar o Coração de Jesus cuja mais bela dádiva é precisamente a Eucaristia... Na Eucaristia, que é o vértice e o centro dos Sacramentos, saboreia-se na sua fonte a doçura espiritual e recorda-se a insigne caridade que Jesus Cristo mostrou na sua Paixão”.

Que nos abramos ao Senhor Jesus e com isso experenciemos os dons inefáveis de seu amor, para que ouçamos atentamente suas palavras, repetidas inúmeras vezes num canto de devoção popular: “Procuro abrigo nos corações, de porta em porta desejo entrar. Se alguém me acolhe com gratidão faremos juntos a refeição.”

Seminarista Douglas Willian Ferreira

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pentecostes



Neste mês a Igreja nos convida a lembrarmos do dia de Pentecostes que ocorreu logo após a Ascensão do Senhor Jesus. O Senhor antes de subir aos céus havia prometido aos apóstolos que enviaria sobre eles o Espírito Santo, aquele que os ensinaria todas as coisas, concedendo-lhes força para que pudessem dar testemunho de tudo que o Senhor ensinou-lhes. O Espírito de Deus é enviado para guiar a Igreja, para apontar os rumos a serem tomados pela Igreja de Cristo, para que ela não perecesse diante do mundo, mas se tornasse firme contradição do mesmo; pois quando se prega o ódio no mundo, ela ensina o amor, quando se ensina luxúria, ela afirma a castidade. Ela sempre esteve e sempre estará nos ensinando a verdade que é o próprio Cristo.

Somos todos convidados a rememorarmos o momento da Crisma onde, de forma indelével, é realizada em nossas vidas a responsabilidade de, pela ação do Espírito Santo, dar firme testemunho de amor e fé, sendo sinais da esperança do homem em Deus.

E assim é cumprida a promessa de Cristo, tendo o Senhor concedido o Paráclito a toda sua Igreja. O Catecismo afirma que, pelo Espírito, nos revela o Pai e o Filho, o que é enviado, sendo este a glória do Filho, ensina-nos a glorificá-lo. Derramou-o sobre os apóstolos e Nossa Senhora no Cenáculo quando estavam ali reunidos em oração. Eis que o milagre de Pentecostes acontece, e sobre eles desceram línguas como de fogo, e receberam os dons do Espírito. O Senhor quer continuar a caminhar com a criatura humana até o fim do mundo. Ele não nos abandona.

Ainda hoje Deus continua a enviá-lo, o Ruah, o sopro de vida, aquele que anima, sobre nossos bispos, sucessores dos apóstolos, e sobre toda a Igreja, santificando-a e caminhando a sua frente, para que assim ela testemunhe os ensinamentos de Jesus por toda a terra, cumprindo então a sua missão de Mãe e Mestra, sendo sinal da redenção divina e do amor de Deus.

O Espírito Santo nos guia; guia nossa caminhada terrestre, fazendo-nos perceber a ação de Deus no mundo e tocando nossos corações para sentirmos sua presença, presença esta que muda nossos rumos sem mesmo que notemos sua ação. Este Espírito quer habitar em nossos corações.

Não o vemos, não o percebemos, este ser que nos conhece mais que a nós mesmos, pois, antes mesmo de sermos criados, ele já existia, ele nos conhece antes mesmo de nossa geração. Ninguém vê este vento passando, Ele sopra onde quer!

Peçamos ao Senhor que envie sobre nós seus sete dons, para que compreendamos, mesmo que, como numa penumbra, este Deus que tanto nos ama, que tanto nos quer bem, sem nem mesmo precisar de nós, um Deus tão grande que renuncia a toda sua divindade para estar conosco, em toda nossa pequenez.


SABEDORIA

Dai-nos, ó Senhor, a Sabedoria para que possamos reconhecer a vossa vontade como a nossa única verdade, para que tenhamos a sabedoria que o Senhor utilizou no deserto para fugir as tentações.
Concede-nos, Senhor, esta verdadeira sabedoria pra que guiados por ela, possamos ser dignos de um dia receber a coroa dos justos.

ENTENDIMENTO

Concede-nos, Senhor, o Entendimento para que compreendamos as vossas revelações, para que tenhamos consciência de vosso amor por cada um de nós. Para que nossos corações se abram à razão por vós enviada fazendo com que sempre consigamos ouvir vossa voz.

CIÊNCIA

Dai a clareza da Ciência a cada um de seus filhos para que possam compreender a vossa mensagem de amor, salvação e redenção pela humanidade, tornando a criatura humana capaz de imitar os vossos exemplos e seguir sempre no caminho da paz e da justiça.

CONSELHO

Ensinai-nos, ó bom Deus, a ter a graça de animar a fé uns dos outros nos momentos de tribulação de nossas vidas, para que nos aconselhemos mutuamente demonstrando o vosso amor presente na pessoa humana, tornando-a capaz de amar. Para que mais do que falar saibamos ouvir nos nossos corações o vosso divino e sublime Conselho de Pai.

FORTALEZA

Concedei-nos, Senhor, o dom da Fortaleza, para que possamos resistir sempre com firmeza de fé as tentações que nos são impostas durante nossas vidas. Para que sejamos firmes em nossas decisões de seguir a vossa vontade e, com caridade, possamos sofrer as agruras da vida.

PIEDADE

Rogamos a vossa ajuda, ó boníssimo Pai, para que façamos a vossa vontade, estando sempre abertos a ação do vosso Espírito vivificador. Para que vejamos no rosto do irmão a face divina do Senhor Jesus, e assim possamos agir como Ele nos ensinou. E assim possamos servir-vos com alegria.

TEMOR DE DEUS

Que em nosso cotidiano não vos ofendamos, ó Senhor, com nossa falta de amor e egoísmo, para que possamos amar-vos durante nossa vida, sendo este amor o nosso sentido de viver.

"Ouve ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e com todas as vossas forças" (Dt 6,4-5).

Que em Pentecostes nos abramos ao Senhor! Vem Espírito Santo, e renova a face da Terra!

Seminarista Jonathan Geraldo da Silva

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Senhor, que queres que eu faça?

Para ver e refletir sobre este caminho de seguimento a Jesus Cristo:


Livros grátis

O nosso blog quer ajudar a você em seus estudos, por isso estamos divulgando o site do Ministério da Educação que disponibiliza livros grátis. São vários gêneros da nosso literatura dispostos neste site que tem o acesso totalmente gratuito.

Acesse e divulgue: www.dominiopublico.gov.br

segunda-feira, 6 de junho de 2011

II Encontro Vocacional de 2011



“As vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada são fruto, primariamente, de um contato constante com o Deus vivo e de uma oração insistente que se eleva ao «Dono da messe» quer nas comunidades paroquiais, quer nas famílias cristãs, quer nos cenáculos vocacionais”.
(MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 48º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES)

Nos dias 03, 04 e 05 de junho foi realizado no Seminário São Tiago - Propedêutico e Filosofia - o II Encontro Vocacional do ano de 2011. Participaram do encontro 24 jovens de diversas paróquias da nossa Diocese. Com o intuito de levar os jovens encontristas a discernirem sua vocação foram realizadas palestras, dinâmicas e momentos de orações. Deu-se início às atividades do encontro na tarde de sexta-feira (03), Pe Álisson André Sacramento (Reitor) os acolheu com palavras de boas-vindas e pontuou os objetivos do encontro. O encontrou contou com a presença da psicóloga do seminário, Tatiene Ciribelli, que promoveu encontros particulares e em grupo com os participantes. Deram sua contribuição ministrando palestras, o leigo Celso e os seminaristas teólogos, Javé Domingos e Vinicius Idefonso. O encontro proporcionou aos jovens momentos interativos, como jogos, filme e esporte, valorizando assim o contato de amizade entre os vocacionados.

Na Missa de encerramento, na Solenidade da Ascensão do Senhor, Pe. Álisson destacou a importância dos encontros vocacionais, fez o convite aos presentes para o próximo encontro que será realizado no último final de semana do mês de agosto e reforçou a importância do blog para o nosso Seminário.

Seminarista Jorge Wilson Carvalho Fonseca


Vejam as fotos do nosso Encontro Vocacional

MOMENTOS DE ORAÇÂO:






MOMENTOS DE REFLEXÃO:








MOMENTOS DE LAZER:












sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Sacerdote e as virtudes do Sagrado Coração de Jesus




Jesus Cristo é o modelo que todo homem deve seguir. É a exemplo dele que os eleitos devem ser enviados antes de pregar o Reino de Deus. Jesus, Divino Sacerdote, continua em seu Reino as obras do eterno sacerdócio, mas elege na Terra outros sacerdotes, que conduzidos por Ele, continuam a sua obra redentora.

O Sacerdote é um ungido de Deus! E como nos diz o Pe. Charrier em seu livro "O Sagrado Coração de Jesus e o Sacerdócio": “Se a sua alma de Sacerdote reproduz a alma de Jesus; se o seu coração de Sacerdote é conforme o Coração de Jesus, não é mais a sua ação própria, ação de criatura enferma e limitada, é a ação de Jesus Cristo, do Divino Sacerdote” que atua em você.

É essa a verdadeira vocação. A que parte do Sagrado Coração de Jesus para os seus escolhidos. Estes devem saber assimilar as virtudes que Jesus deixou como exemplo para cada um e, principalmente, levá-las aos mais necessitados.

O espírito de oração é a primeira delas, pois a todo instante o Senhor ensinou a elevar a Deus Pai as preces, suplicando os dons, as luzes e as graças que cada sacerdote necessita para exercer sua vocação.

A segunda virtude é a entrega total de si mesmo, o sacrifício. Desde o início Jesus mostrou que a doação total e a abnegação completa da própria vida fazia-se necessária.

O zelo é a terceira virtude e foi com esta que Jesus lutou contra todo o mal que consome o mundo em prol da glória do Pai celeste.

A quarta virtude é a humildade. Quando Jesus veio ao mundo misturou-se aos pecadores para receber das mãos de João o batismo (Mt. 3,13s) e tantas outras humilhações Ele passou, estas que hoje servem de imitação e meditação para nós.

A pureza é a sexta virtude. Ninguém jamais duvidou da pureza de Jesus. Ele é puro e Santo por excelência. Ele é a luz eterna de todos.

A sétima virtude é a misericórdia, esse é o verdadeiro atributo do Coração de Jesus. Um dom inefável e infinito concedido a todos, mesmo sabendo de seus pecados.

Não menos importante, a oitava virtude é o amor. Que reside infinitamente no Coração de Jesus. Amor esse que foi capaz de se entregar totalmente pela salvação da humanidade.

É com todas as virtudes do Sagrado Coração de Jesus e com muita intensidade que Deus chama seus eleitos ao sacerdócio. Vocação esta que foi iniciada e vivida pelo próprio Cristo. É esse manancial de amor que o Senhor compartilha com os sacerdotes, convidando-os a beber desta água pura, “Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; [...]” (Jo 4:14) e anunciar o Evangelho a todos, “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).

Seminarista Elton Mariano Junior

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mês do Sagrado Coração de Jesus




O mês de junho é consagrado ao Sagrado Coração de Jesus. Coração tão doce e amável que não soube dizer não ao sacrifício, ao sofrimento, ao desprezo, à ingratidão, ao abandono, e quis dar-se por inteiro, num gesto de amor.

Através da sua bondade se manifesta a plenitude do amor que se irradia a todos, principalmente aos que sofrem e aos pobres. Devemos consagrar todas as pessoas ao Coração transbordante de amor de Jesus Cristo. O papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus.

O Coração de Jesus é o sinal a fulgir no firmamento da Igreja e que nos dará vitória ao consagrar o Universo ao Divino Coração do Divino Salvador. Desse Coração repleto de amor nasceu a Igreja e por esse Coração foram abertas as portas do Céu para cada um de nós.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus surgiu quando Santa Margarida Maria Alacocque tornou-se a primeira mensageira dessa devoção, num tempo em que o povo estava afastado dos sacramentos e das experiências do amor de Deus.

Seminarista Rodrigo Coimbra Ladeira



Consagração ao Sagrado Coração de Jesus

Eu (nome..) dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, se não para honrar, amar e glorificar.

É esta minha vontade irrevogável – pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado.

Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto do meu amor, protetor de minha vida, segurança de minha salvação, remédio de minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.

Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus nosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua justa cólera.

Ó Coração de amor, põe em vós toda minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade.

Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir.

Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais esquecer-me nem separar-me de vós.

Suplico-vos também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois eu quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco na qualidade de vosso escravo.

Assim seja.